“Sem cana de qualidade, não há açúcar de qualidade”
06-05-2016
Cerca de 60% do custo de produção está associado aos custos com matéria-prima
O recebimento de cana de baixa qualidade, carregada de impurezas mineiras e vegetais, forçam a indústria a se desdobrar para conseguir produzir açúcar com um mínimo de qualidade, o que nem sempre é fácil ou mesmo viável, já que, devido ao momento em que o setor atravessa, gastos extras com insumos não são muito bem-vindos. Dessa forma, muitos defendem que as melhorias devem ser realizadas ainda na área agrícola.
“Durante minha formação, aprendi que numa agroindústria o importante é a qualidade da matéria-prima. Alguns grupos sabem disso melhor do que ninguém, já que dão valor a suas canas e às operações, como a sistematização dos solos e padronização do canavial, e ainda desenvolvem tecnologias e investem em aspectos que muitos deixam passar despercebidos, como na capacitação da mão-de-obra, por exemplo”, afirma o pesquisador da ESALQ/USP, Claudio Lima de Aguiar.
Para Aguiar, os problemas atuais poderão ser resolvidos através da mudança de conceitos. “Como cerca de 60% do custo de produção está associado aos custos com matéria-prima, devemos priorizar ações nessa área.”
Porém, o pesquisador frisa que não se pode esquecer da importância de contar com uma indústria de qualidade, que gere altas eficiências e produtos que atendam ao mercado consumidor exigente com baixo custo de produção. “Caso houvesse investimentos também nos parques industriais, talvez, já disporíamos de novas ideias e concepções que nos permitiriam desempenhos produtivos ainda maiores ou que gerassem uma gama maior de produtos ou de maior valor agregado.”
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