Setor bioenergético precisa intensificar fiscalização sobre mão de obra contratada por meio de terceiros
21-03-2023

Nesses primeiros meses de 2023, a cana-de-açúcar voltou a ser manchete negativa nos meios de comunicação. O assunto em destaque parecia já não mais fazer parte do dia a dia do setor: a existência de “gatos” – turmeiros que trazem trabalhadores de regiões distantes para atuarem nas lavouras canavieiras e os colocam em situação degradante.

Essa mão de obra é contratada de forma terceirizada por fornecedores de cana e unidades bioenergéticas. Mas quem contrata também é responsável pelas condições que a terceirizada impõe aos trabalhadores.

Na última sexta-feira, 17, o Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgou a operação que resultou no resgate de 212 trabalhadores de trabalho análogo ao de escravo em Goiás. Segundo a pasta, os trabalhadores haviam sido contratados por uma empresa de prestação de serviços terceirizados que realizava a intermediação de mão de obra. Eles prestavam serviço a usinas de álcool e produtores de cana de açúcar dos municípios de Araporã, em Minas Gerais, e Itumbiara, Edeia e Cachoeira Dourada, em Goiás.

NO MESMO DIA BP BUNGE BIOENERGIA SE POSICIONOU EM RELAÇÃO À CONDIÇÃO IRREGULAR DE TRABALHO EM PRESTADOR DE SERVIÇO

 “A BP Bunge Bioenergia tomou conhecimento de uma situação irregular com trabalhadores contratados recentemente por um prestador de serviço em Edéia, GO. A companhia agiu rapidamente em defesa dos trabalhadores para garantir as prioridades sociais e humanas e arcou prontamente com os pagamentos indenizatórios. Estamos colaborando com as autoridades e apurando rigorosamente os fatos e as devidas responsabilidades para conduzir as medidas necessárias.

A empresa repudia qualquer prática irregular relacionada à saúde e segurança do trabalhador e não compactua com situações que exponham as pessoas a condição degradante de trabalho, seguindo o cumprimento das leis e normas do País e adotando as melhores práticas e padrões para desenvolver suas atividades em conformidade com os direitos humanos.

A BP Bunge Bioenergia trata com seriedade os direitos trabalhistas e exige o mesmo das empresas que integram a sua cadeia produtiva e, por isso, conta com um processo estruturado de seleção, homologação, auditoria, desenvolvimento e melhoria contínua de seus fornecedores e prestadores de serviço.

Lamentamos o ocorrido. Para nós, o respeito às pessoas é um valor inegociável.”