Setor precisa de políticas públicas de longo prazo, garantindo competitividade e volta dos investimentos
09-10-2015

Nos últimos dias, CanaOnline trouxe uma série de matérias com André Rocha, presidente do SIFAEG/Sindaçúcar (Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool e Açúcar de Goiás) e recém reeleitor para comando do Fórum Nacional Sucroenergético (FNS), trazendo diferentes posições suas sobre o setor sucroenergético.

Na opinião de Rocha, o governo sempre teve entendimento de que o setor sucroenergético precisava [e precisa] de políticas públicas para voltar a ser competitivo e voltar a investir. Apesar disso, nunca fez questão de acelerar tais medidas, mesmo com todos os danos causados até agora à cadeia produtiva da cana-de-açúcar, com impactos diretos sobre as comunidades em que as empresas estão inseridas.
Em agosto passado, a presidenta Dilma Rousseff chegou a ensaiar para a imprensa uma “mea culpa”, ao admitir que sua equipe econômica errou ao demorar para perceber o tamanho da crise. Esta mesma gestão cheia de desacertos causou muitos prejuízos à agroindústria canavieira, e quanto a isto “nunca houve, de qualquer maneira, uma ‘mea culpa’ por parte da presidenta. Ao contrário, infelizmente até existem alguns setores do governo que acham que já foi tomada uma série de medidas para ajudar o beneficiar o setor, o que não é verdade.”
André lembra que, de fato, algumas medidas foram tomadas e são importantes para a agroindústria canavieira, mas que visavam não só anteder ao setor, mas em determinado momento “salvar” o caixa da Petrobras e atender à balança comercial, entre outros interesses.
E o governo continua não priorizando a cadeia da cana-de-açúcar. O Inovar-Auto precisa avançar mais quanto a aumentar a eficiência energética dos motores. Medidas como o financiamento do ProRenova e dos estoques têm que estar em sintonia com a necessidade do setor. “Precisam ser programas permanentes, que possam ter taxas de juros melhores, e que principalmente tenham um cronograma de desembolso. Não adianta soltar o dinheiro no final da safra para warrantagem, por exemplo”, pontua André.
O setor também pleiteia o aumento da CIDE sobre a gasolina, o que não apenas irá aumentar a competitividade do etanol, como ajudará a reduzir o déficit do Orçamento do governo federal para 2016.
Em todos esses temas, a interlocução continua, mas os avanços só virão de fato se os ajustes, tratados no campo do diálogo, forem concretizados.
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