Setor sucroenergético avança na parte ambiental, mas peca na comunicação das ações para a população
27-10-2021

Se em 1990 era necessária uma captação de 5 m³ de água por tonelada de cana processada, em 2021 esse volume figura abaixo de 1 m³/ton, uma redução de mais de 80%. Foto: Arquivo CanaOnline
Se em 1990 era necessária uma captação de 5 m³ de água por tonelada de cana processada, em 2021 esse volume figura abaixo de 1 m³/ton, uma redução de mais de 80%. Foto: Arquivo CanaOnline

No dia 27 de outubro, às 16h, Chefe Geral da Embrapa Meio Ambiente participará da live “A cana-de-açúcar e o meio ambiente - Projetos ambientais, manejo biológico, produtos verdes, mercado de carbono e a COP-26”

Leonardo Ruiz

Até o início dos anos 1990, o setor sucroenergético nacional era visto com negatividade pela população. Queima dos canaviais antes da colheita, corte manual e elevado consumo de água durante o processo industrial eram constantemente alvos de processos e reclamações.

No entanto, ao longo das últimas décadas, o segmento passou por profundas transformações em seu processo produtivo. Hoje, praticamente 100% da colheita da matéria-prima no Centro-Sul é realizada por colhedoras automatizadas, extinguindo por completo o fogo da operação. E a pressão sobre os recursos hídricos também foi reduzida de forma consistente. Se em 1990 era necessária uma captação de 5 m³ de água por tonelada de cana processada, em 2021 esse volume figura abaixo de 1 m³/ton, uma redução de mais de 80%.

Na visão do Chefe Geral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo Morandi, o setor sucroenergético nacional é exemplo de práticas sustentáveis, não somente no quesito ambiental, mas também no social. “Somente a mudança da colheita manual para a mecanizada trouxe enorme benefícios, com destaque para a melhoria da qualidade do solo e do ar e a requalificação dos trabalhadores rurais. Além disso, o mesmo protocolo que propôs o fim da queima pré-colheita no Estado de São Paulo, maior produtor mundial de cana-de-açúcar, ainda incentivou a adoção de uma série de outras práticas ambientais, como adequação ao Código Florestal, técnicas de conservação do solo, conservação e reuso da água, medidas de proteção à fauna e prevenção e combate a incêndios florestais.”

O protocolo citado por Morandi foi assinado voluntariamente em 2007. As signatárias são responsáveis por 91% da produção paulista de cana-de-açúcar e 43% da produção nacional de etanol. Dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) indicam que, nos últimos 14 anos, o setor deixou de emitir mais de 11,8 milhões de toneladas de CO2 e mais de 71 milhões de toneladas de poluentes atmosféricos (monóxido de carbono, material particulado e hidrocarbonetos). Além disso, mais de 200 mil hectares de áreas ciliares e 8.230 nascentes foram protegidas e recuperadas.

Marcelo Morandi: “Muitos não conhecem a fundo tudo o que tem sido feito pelas usinas e ainda enxergam a cana com a mesma percepção de décadas atrás”

Foto: Arquivo pessoal

“Atualmente, a maioria das usinas brasileiras já possui áreas voltadas exclusivamente ao meio ambiente, com projetos de grande extensão e impacto, como redução do consumo e reutilização da água nos processos industriais, o reflorestamento de Áreas de Preservação Permanente (APPs) próprias e de fornecedores e a criação de corredores ecológicos, porções de ecossistemas que promovem a ligação entre áreas fragmentadas, sendo importantes por garantir o deslocamento de animais e a dispersão de sementes entre essas áreas.”

No entanto, o Chefe Geral da Embrapa Meio Ambiente ressalta que o setor precisa comunicar melhor suas ações para a população, principalmente àquelas pessoas que residem fora dos grandes centros de produção de cana no Brasil. “Já é de conhecimento de grande parte da população as externalidades positivas do etanol, bem como as práticas atuais de colheita, que não incluem mais o fogo. Porém, muitos não conhecem a fundo tudo o que tem sido feito pelas usinas e ainda enxergam a cana com a mesma percepção de décadas atrás. Por conta disso, a comunicação precisa ser fortalecida para mudar esse cenário.”

No dia 27 de outubro, às 16h, Marcelo Morandi participará da live “A cana-de-açúcar e o meio ambiente - Projetos ambientais, manejo biológico, produtos verdes, mercado de carbono e a COP-26. O evento será transmitido ao vivo pelos canais digitais da CanaOnline (YouTube, Facebook e LinkedIn) e contará com a participação de:

* Allan Henrique Pedrosa da Silva - Coordenador Corporativo de Sustentabilidade da Usina Coruripe;

* Olívia Merlin - Gerente de Qualidade e Meio Ambiente da Usina Lins;

* Juliana Farinelli – Sócia da AgroVerde Consultoria em Sustentabilidade Estratégica;

* Miguel Ivan Lacerda - Diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e “pai do RenovaBio”;

* Marcelo Morandi - Chefe Geral da Embrapa Meio Ambiente;

* Samanta Pineda - Advogada Especialista em Direito Ambiental;

Serviço

Live “A cana-de-açúcar e o meio ambiente - Projetos ambientais, manejo biológico, produtos verdes, mercado de carbono e a COP-26”

Realização: CanaOnline

Data e horário: Quarta-feira (27/10), das 16h às 17h45

Endereços: O evento será transmitido ao vivo nos canais digitais da CanaOnline:

Facebook: https://www.facebook.com/221708711305971/posts/2507399126070240/

YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=KiPEEv4uzEE

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