“Setor sucroenergético ensaia retomada, mas enfrenta gargalos graves na qualidade”. Como enfrentar essa realidade?
05-08-2025
“Crescimento parcial da moagem exige vigilância total: A Safra 2025 está praticamente pronta (produção). Como virar o jogo na Safra 2026 e outras que virão”??
Por José Cristóvão Momesso – Profissional Nexialista na produção e operação de grandes lavouras canavieiras.
LIÇÕES E ALERTAS ------ > AÇÕES PARA 2026.
COMPARATIVO DA MOAGEM DE CANA.
SAFRAS 2024 VS 2025 (Primeira quinzena de julho).
A primeira quinzena de julho de 2025 trouxe alívio parcial ao setor. Foram processadas 49,82 milhões de toneladas de cana, um aumento expressivo de 14,77% em relação à mesma quinzena de 2024. No entanto, o acumulado da safra até 16 de julho ainda está 9,61% abaixo do ciclo anterior, com 256,14 milhões de toneladas frente às 283,36 milhões do ano passado.
A leitura desses dados exige equilíbrio. Melhoramos o ritmo da MOAGEM na quinzena, mas seguimos distantes do volume de 2024. O clima mais firme (menos chuva) favoreceu o avanço da colheita, porém os reflexos das chuvas anteriores e da instabilidade nas lavouras continuam a impactar negativamente o ATR.
CUIDADO: A moagem está concentrada em Canaviais de 1° corte, com produtividades maiores. De Agosto em diante, diversos canaviais com produtividade mais baixa serão colhidos. Chuvas ainda podem minimizar perdas dos CANAVIAIS DE FINAL DE SAFRA (novembro e dezembro). Isso se tiver cana para processor nesses meses, pelas quebras observadas.
O teor de açúcares por tonelada de cana (ATR) caiu 6,82% na quinzena, atingindo 133,66 kg/ton, enquanto no acumulado a redução já é de 4,81%, comprometendo o rendimento industrial.
Na produção de açúcar, o recuo acumulado foi de 9,22%, e no etanol, de 12,02%, o que exige revisão dos cenários de oferta e rentabilidade. Por outro lado, a produção de etanol de milho segue como exceção positiva: cresceu 23% na quinzena e 22,25% no acumulado, mostrando resiliência.
LIÇÕES E ALERTAS:
---- > A recuperação parcial da moagem deve ser celebrada com cautela. Estamos colhendo canas nobres (1° corte), usando o MANEJO DO 3° EIXO;
---- > A qualidade da matéria-prima segue pressionada e afeta a eficiência industrial.
A SÍNDROME DA MURCHA E EFEITOS DELETÉRIOS DO CLIMA 2024 estão deixando cicatrizes com prejuízos amargos;
---- > O setor precisa manter a disciplina operacional, buscar eficiência no campo e proteger os resultados da lavoura com ações assertivas.
A SAFRA 2025 está praticamente feita (no contexto da PLANTA) restando operacionalizar a colheita da melhor forma possível.
ATENÇÃO:
Embora especialistas não considerem o ETANO DE MILHO como ameaça, tendo em vista que vão ser produzidos em regiões onde hoje o etanol de cana chega com baixa competitividade, os dados chamam atenção. Veja abaixo na figura 5.

AÇÕES PARA 2026:
---- > Definir TRATOS CULTURAIS que possam suportar as condições observadas NOS ULTIMOS ANOS, onde estamos “patinando” em produtividade e qualidade (stress hídrico, SÍNDROME DA MURCHA, replantio, Ganhos de Biomassa ------ > PODEM SER DIFERENCIAIS para busca de melhorias);
---- > PLANEJAR PLANTIOS de ALTO DESEMPENHO: Mudas sadias, Preparo profundo, corretivos incorporados a > 60 cm, CONTROLE MECÂNICO DO SPHENÓFORUS, dentre outras providências.
Eng. Agrônomo MSc. José Cristóvão Momesso
Diretor-Geral | Instituto CANAEX – Excelência Canavieira Nacional

