Setor sucroenergético tem potencial para ofertar uma capacidade adicional de 4,2 GW, diz Celso Procknor
31-05-2022

Segundo diretor da empresa de consultoria Procknor Engenharia, complementariedade é atributo que amplia a competitividade das biomassas provenientes da cana e as usinas precisam apresentar exemplos com valores tangíveis para convencer os agentes públicos a respeito

A complementariedade com o sistema hidrelétrico é uma das chaves de competitividade das biomassas provenientes do processamento da cana, mas o segmento canavieiro precisa divulgar mais exemplos de valores tangíveis para que possam ganhar maior visibilidade e terem seu potencial plenamente aproveitado. A opinião é de Celso Procknor, diretor da Procknor Engenharia Ltda, em sua participação no 21º webinar promovido conjuntamente pela Cogen (Associação da Indústria de Cogeração de Energia) e pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

Em sua palestra, realizada quarta-feira (25/05), Procknor afirmou que as usinas de cana-de-açúcar têm potencial para ofertar uma capacidade adicional de 4,2 GW em energia elétrica no período da safra, entre os meses de maio a novembro. Esse potencial poderia ser aproveitado justamente no período seco, quando as hidrelétricas têm sua capacidade de fornecer potência limitada, em função dos níveis reduzidos da Energia Natural Afluente (ENA).

“Não é possível que o agente público não consiga enxergar a complementariedade entre as biomassas da cana e as hidrelétricas. É preciso convencer os agentes com exemplos tangíveis dessa característica, que proporciona ganhos de eficiência e maior segurança para o Sistema Interligado Nacional (SIN”), comentou Procknor.

No evento, o gerente de Bioeletricidade da Unica, Zilmar de Souza, adiantou que os leilões de potência previstos pelo governo serão uma espécie de “balão de ensaio” para a futura reforma do setor elétrico. “Após a aprovação do Projeto de Lei 414 (de modernização do setor elétrico), separação de lastro e energia, esses leilões terão sido uma experiência inicial para trabalharmos melhor a contratação dos atributos das renováveis, em especial das biomassas da cana e a forte complementariedade com a fonte hídrica”, disse Souza.

Segundo Leonardo Caio Filho, Diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, a bioeletricidade da cana ofertada para a rede em 2021 poupou 14 pontos percentuais nos reservatórios das hidrelétricas do submercado Sudeste/Centro-Oeste, por conta da maior previsibilidade e disponibilidade da bioeletricidade justamente no período seco e crítico para o setor elétrico brasileiro.

Fonte: CanaOnline com informações da Assessoria de imprensa da Cogen