Setor volta a utilizar cana sem sanidade para formar canavial
14-02-2017

“Muda sem sanidade espalha doenças e pragas. Já vimos isso acontecer”, diz Ismael
“Muda sem sanidade espalha doenças e pragas. Já vimos isso acontecer”, diz Ismael

“Grande parte do setor está fazendo errado de novo”, diz o produtor Ismael Perina

Produtor rural na região de Jaboticabal, SP, o engenheiro agrônomo Ismael Perina é um daqueles produtores de cana apaixonados pelo que faz. Seu empenho para o desenvolvimento sustentável da agroindústria canavieira, faz de Ismael uma das vozes mais respeitadas na defesa dos interesses do fornecedor de cana, tendo já ocupado a presidência da Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) e a presidência da Câmara Setorial do Açúcar e Álcool.

Mas mesmo neste cenário de expectativas positivas para o setor, Ismael está preocupado. “Nessa hora em que o setor volta a colocar o nariz fora d´água, numa tentativa de respirar, estou vendo que tem muita usina, muito produtor repetindo os erros passados”, diz.

Ismael refere-se a arrancada que o setor deu de crescimento na década passada. “Vimos nossa turma fazer muita arte. Começamos a fazer canavial sem o mínimo de controle. Quase ninguém plantou cana 100% com qualidade, se preocupou com viveiro e fez todas as tarefas, conforme manda a boa e velha agronomia. Com a ânsia de utilizar qualquer cana no plantio, fomos responsáveis por esparramar muita praga e doença. Resultado: a produtividade caiu para a casa das 60 toneladas por hectare.”

A renovação de canaviais, após atingir o pico de 23%, em 2006, foi caindo ano a ano, em 2016, registrou 9%. No entanto, a necessidade de mais cana e o caixa um pouco mais revigorado, reaquecem a decisão por renovar o canavial. O problema é que, na visão de Ismael, grande parte do setor repete o erro de utilizar como muda, cana sem sanidade.

“Estão fazendo errado de novo. Mas agora tem alternativa para ampliar o canavial de forma rápida e com sanidade, basta adotar o método de plantio de muda pré-brotada e Meiosi”, recomenda Ismael, que nos últimos quatro anos desenvolve o sistema, aperfeiçoando-o dia a dia. E para disseminar a tecnologia, participa de dias de campo e abre as porteiras de sua fazenda Belo Horizonte para o setor conhecer o processo, conferir os bons resultados e replicá-los Brasil afora.

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