Simpósio de Bioenergia afina a cooperação entre China e Brasil na área de biocombsutíveis
04-11-2015

No Brasil, o desenvolvimento de novas tecnologias na área de energias renováveis continua a todo vapor. Embora seja tradicional nas pesquisas nesse campo, o Brasil não está sozinho. Outro país que vem trabalhando para que novas dessas alternativas sejam desenvolvidas é a China. Mas é correto dizer que os chineses ainda têm muito a avançar em termos de biocombustíveis e bioeletricidade em relação ao Brasil. 

Em energia renovável, o país asiático se destaca quanto à eólica e à solar. Mas, de acordo com estudos realizados em 2014 pela BP Statistical Review of World Energy, a maior parte da energia na China ainda é fóssil, proveniente do carvão mineral, totalizando cerca de 3,8 bilhões de toneladas, sendo que no Brasil este total é de 8,6 milhões de toneladas.
De acordo com a economista da Embrapa Agroenergia, Daniela Souza, comparando os dados, em todos os tipos de energias utilizados pela China, o país supera em grande medida, o consumo brasileiro. Porém, Daniela salienta que a produção de biocombustíveis na China é bem inferior à produção brasileira.
“Em 2014, segundo dados da BP, foram produzidos 2.083 milhões de toneladas de óleo equivalente de biocombustíveis na China, ao passo que no Brasil este total foi de 16.656 milhões de toneladas de óleo equivalente”, diz Daniela.

COOPERAÇÃO
No intuito de conhecer projetos em comum com o Brasil, a pesquisadora da Embrapa Agroenergia, Thaís Salum, foi a Pequim em outubro visitar o “Centro China – Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia”, para saber quais os trabalhos que estão sendo desenvolvidos com energia renovável utilizando a biomassa como matéria-prima, e também apresentar as linhas de pesquisas realizadas na Unidade. Para saber mais a respeito dessas pesquisas acesse o link www.centrochinabrasil.coppe.ufrj.br
A pesquisadora ressalta que muitos trabalhos interessantes são feitos pelo grupo de cientistas chineses, como por exemplo, com microalgas. Thaís Salum também observou que são realizados trabalhos na área da utilização de glicerol proveniente da produção de biodiesel para a produção de polióis, usando microrganismos. Outra linha que a pesquisadora destacou foram as ações com materiais lignocelulósicos. Algumas das pesquisas desenvolvidas na China também são focos de atuação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Aqui no Brasil, a Empresa trabalha com pesquisas desde o sistema de produção de matérias-primas até os processos de transformação em diversas formas de energia e a utilização de seus coprodutos em materiais de alto valor agregado.
Para o Chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Manoel Souza, o Brasil e a China são fortes parceiros comerciais no setor agropecuário. Ao passo que a produção de energia (biocombustíveis e bioeletricidade) a partir da biomassa é um importante componente da matriz energética brasileira, e existe um grande interesse da China de fortalecer a presença da bioenergia na matriz energética chinesa.

SIMPÓSIO DE BIOENERGIA EM BRASÍLIA
O Centro China – Brasil é um importante ator neste processo de fortalecimento das parcerias entre estes países no âmbito da geração de energia renovável.
Dentro desta tônica, o Centro China – Brasil promove nesta semana, na sede da Embrapa, em Brasília, o 9º. Simpósio Internacional de Bioenergia (9th World Bionergy Symposium). Trata-se de um fórum anual que neste ano faz parte das atividades comemorativas em homenagem aos 50 anos da COPPE/UFRJ.
O Simpósio tem por objetivo proporcionar visibilidade para atividades de pesquisas que estão em desenvolvimento no Brasil, principalmente, no que se refere aos conceitos de bioenergia, biocombustíveis, tecnologias de produção, matérias-primas, ciclo de vida dos biocombustíveis, qualidade dos biocombustíveis e questões voltadas para a área de logística e economia na operação dessas estruturas.
O evento promove o encontro de instituições de PD&I e pesquisadores para ampliar as discussões visando à identificação de temas de interesse comum, os quais poderão se tornar foco da ação de projetos de PD&I bilaterais. “Este ano a Embrapa Agroenergia uniu esforços com a COPPE-UFRJ e a Tsinghua University para organizar este evento pela primeira vez em Brasília, como um passo a mais para a integração da Embrapa ao Centro China – Brasil”, concluiu Manoel Souza.
O Simpósio começou ontem, dia 3 de novembro, e termina na próxima sexta-feira, 6 de novembro.

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