Tânia Astun Cirino é uma das personagens do livro Mulheres da Cana-de-Açúcar
15-03-2023

O livro será lançado no 11º Encontro Cana Substantivo Feminino, em 30 de março de 2023, no Centro de Cana do IAC. Inscrições ESGOTADAS

No início da década de 1980, Tânia Maria Astun Cirino se tornou a primeira mulher a trabalhar na indústria da Usina Santa Elisa, fundada em 1936 pelas famílias Marchesi e Biagi, no município de Sertãozinho, SP. Formada em Engenharia Química pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em 1981 (primeira turma), a profissional foi responsável por implantar um dos primeiros laboratórios de análises para pagamento de cana-de-açúcar pelo teor de sacarose (PCTS) do Estado de São Paulo, sistema que começara a vigorar naquela época e que demandou imensas transformações dentro da agroindústria canavieira.

Tânia foi convidada a estagiar na Santa Elisa pelo próprio Maurilio Biagi Filho, na época, amigo de seu tio e presidente da usina. Durante esse período, ela deveria aprender mais sobre o novo sistema a fim de colocá-lo em prática futuramente. “Devo minha experiência profissional aos senhores Maurílio Biagi Filho; Waldemar Manfrin, diretor industrial naquele período; e Dr. Henrique Vianna de Amorim, consultor e fundador da Fermentec. Eles acreditaram em mim e me deram todo apoio necessário para a implantação desse sistema.”

Após o período de estágio, Tânia foi contratada, se tornando chefe do laboratório de pagamento de cana. Em pleno funcionamento, o local passou a ser visitado por equipes de outras usinas, que ficavam surpresos ao descobrir uma mão feminina regendo os trabalhos. “Foi uma época bem complexa. Eu era a única mulher na indústria. Muitos não acreditavam em mim, enquanto outros achavam que tentando alguma conversa ou galanteio iriam conseguir alguma vantagem”. Nas reuniões do setor industrial, era a única presença feminina durante vários anos.