Tecnologia à base de Giberelina melhora desenvolvimento dos colmos e leva a expressivos aumentos de TCH
14-12-2021

 Efeito nítido do alongamento dos entrenós proporcionado pela aplicação de ProGibb. Divulgação Sumitomo Chemical
Efeito nítido do alongamento dos entrenós proporcionado pela aplicação de ProGibb. Divulgação Sumitomo Chemical

ProGibb é tecnologia ideal para o momento atual do setor, que precisa recuperar seu canavial com produtos de baixo custo, mas de elevado retorno sobre o investimento, a fim de aproveitar ao máximo os bons preços previstos para o açúcar e etanol na próxima safra

Por Leonardo Ruiz

Estiagem, geadas e incêndios foram os grandes protagonistas da safra 2021/22 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do país. Juntos, eles serão os responsáveis por uma quebra de quase 14% na moagem final da região, que deverá processar 520 milhões de toneladas até março de 2022, volume distante das 605 mi/ton registradas no ciclo passado.

Além de menor produção, 2021 também foi um ano em que o setor viu os custos de produção subirem significativamente, fruto de uma alta vertiginosa dos preços dos insumos no Brasil, impulsionados pela desvalorização cambial aliada a um contexto de pandemia global.

Na visão do especialista de BioRacionais da Sumitomo Chemical, Ricardo de Almeida, a solução atual passa pela verticalização da produção, ou seja, produzir mais em uma mesma área. “Para isso, recomendamos o regulador de crescimento vegetal ProGibb, que atua diretamente na fisiologia das plantas. A tecnologia é ideal para o momento atual do setor, que precisa recuperar seu canavial com produtos de baixo custo, mas de elevado retorno sobre o investimento, a fim de aproveitar ao máximo os bons preços previstos para o açúcar e etanol na próxima safra.”

Na última quarta-feira (08), o profissional participou do Seminário sobre Produtividade e Redução de Custos, promovido pelo Grupo IDEA e que discute os gargalos atuais do segmento e quais as saídas para melhorar o faturamento e aliviar o caixa das usinas e produtores de cana. Durante sua apresentação, Almeida forneceu detalhes sobre a tecnologia da Sumitomo Chemical.

“Os reguladores de crescimento são popularmente conhecidos como hormônios vegetais, mas na verdade eles compõe uma classe de defensivos agrícolas. São compostos de estruturas variáveis e que em baixas concentrações induzem respostas fisiológicas de crescimento, diferenciação, inibição e desenvolvimento nas plantas. Os cinco mais conhecidos são: Giberelina, Auxina, Citocinina, Ácido abscísico e Etileno.”

Após sua fala inicial, Ricardo de Almeida deu lugar ao professor titular do departamento de produção vegetal da Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP/Botucatu, Carlos Alexandre Costa Crusciol, que falou sobre como a tecnologia da Sumitomo Chemical contribui para incremento de produtividade na cana-de-açúcar.

Ele explicou que o ProGibb é a base de Giberelina, hormônio vegetal descoberto em 1926 por um cientista japonês que estudava o motivo pelo qual plantas de arroz cresciam incessantemente, mas não produziam sementes. “Assim como os outros hormônios, a Giberelina age como mensageiro químico, modulando processos celulares em outra célula. Uma de suas principais características é alterar as propriedades da parede celular, facilitando o alongamento e a divisão celular, tendo a água como ‘força mecânica’ desse processo, que no final resultará em indução do crescimento.”

No caso específico da cana-de-açúcar, Crusciol salientou que, após a aplicação da Giberelina e do recebimento do hormônio pela célula, a síntese de α-amilase é aumentada. Em seguida, ocorre a hidrólise de amido em açúcar, elevação da pressão osmótica e, consequentemente, entrada de água na célula, provocando aumento do tamanho da célula até o momento em que ela se divide.

Após esse processo, a cana-de-açúcar registrará, não apenas aumento do tamanho dos entrenós, mas também elevação da produção em função de melhora na taxa fotossintética da planta. Alguns resultados mostram que a aplicação de Giberelina induz um incremento de 20 toneladas por hectare (ton/ha) na produção bruta e de 2 ton/ha na produção de açúcar. “É uma tecnologia complementar com muito potencial, podendo inclusive ser utilizada juntamente ao manejo nutricional.”

Ao final da apresentação, o especialista de BioRacionais da Sumitomo Chemical, Ricardo de Almeida, voltou ao palco para detalhar o posicionamento do ProGibb, cuja aplicação deve ser feita no período chuvoso, a uma dose de 7,5g/ha em conjunto com um espelhante adesivo. Além disso, é imprescindível que a cana-de-açúcar já possua entrenós formados e acima da superfície do solo e que não tenha recebido a aplicação de outros reguladores de crescimento recentemente, sejam eles inibidores de florescimento ou maturadores. Para uso desse tipo de produto é necessário um intervalo de pelo menos 30 dias.

ProGibb entregou um incremento médio de produtividade de 7,21 TCH no acumulado de mais de 150 experimentos conduzidos em todas as regiões do Brasil

Divulgação Sumitomo Chemical

“Trinta dias após a aplicação de ProGibb no verão em uma cana de dois entrenós será possível visualizar o alongamento de quatro a cinco entrenós, dependendo da velocidade de crescimento da planta, que normalmente coloca um entrenó novo por semana. No final, haverá uma cana com células mais alongadas e em maior número, entrenós maiores e colmos mais pesados, refletindo positivamente na produtividade e rentabilidade final”, salientou o profissional da Sumitomo.

Almeida afirmou ainda que, no acumulado de mais de 150 experimentos conduzidos ao longo de nove safras, 45 variedades, 70 municípios e diversos ambientes climáticos e produtivos, o ProGibb entregou um incremento médio de produtividade de 7,21 Toneladas de Cana por Hectare (TCH). “Devido ao baixo grau de investimento dessa tecnologia, é possível obter um Retorno Sobre o Investimento (ROI) de 21,5 no caso de fornecedores e de 30,1 para usinas.”

Fonte: CanaOnline