Tecnologia impulsiona o setor sucroenergético
01-05-2023

Seminário debateu soluções para o setor - Foto: Arthur Mota
Seminário debateu soluções para o setor - Foto: Arthur Mota

Representantes do segmento produtivo estiveram reunidos em seminário que discutiu inovações nas áreas agrícola e industrial

Por  Carlos André Carvalho

O setor sucroenergético regional deu mais um passo à frente com a realização, no Recife, do 24º Seminário Regional sobre Cana-de-Açúcar, promovido pela Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil (Stab) Regional Setentrional, na semana passada. As inovações tecnológicas como aliadas para o avanço dos processos foram os destaques das quase 40 palestras voltadas às áreas agrícola e industrial. 

“As pessoas estão cada vez mais interessadas em assuntos como tecnologia. Trouxemos esse tema abordado, também, por pessoas da região Nordeste, discutindo tecnologias desenvolvidas aqui, como métodos de plantio e de colheita, os desafios da nossa região, que têm peculiaridades diferentes de outros centros de cana-de-açúcar”, explicou o presidente da Stab, professor Djalma Eusébio Simões Neto.

Segundo o professor, o Nordeste tem muito mais desafios climáticos, de solo, de ambiente de produção que em outras regiões do país, o que torna os desafios maiores. As novas variedades de cana-de-açúcar, tema sempre recorrente em eventos dessa natureza, porque sempre estão sendo feitas inovações nessa área, também foram privilegiadas no evento deste ano. “A gente está sempre com as usinas desenvolvendo essas variedades e levando para elas plantarem e conseguirem mais produtividade, mais açúcar por área”, lembrou. 
Mão de obra e mecanização

De acordo com Djalma, outra questão também discutida foi a mão de obra, que, diz ele, é hoje cada dia mais difícil, e a mecanização de cana em Pernambuco. “No passado, achavam que era impossível, hoje já é uma realidade até no Litoral Sul do estado, onde a topografia é bem declivosa”, afirmou. O presidente do Sindicato dos Produtores de Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) e vice presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Renato Cunha, que abriu o evento com uma palestra sobre o protagonismo do etanol na produção de energia limpa, elogiou a iniciativa da Stab.

“A Stab, sob o comando do professor doutor Djalma, congrega uma grande plataforma científica instalada na estação de melhoramento genético da cana-de-açúcar em Carpina, pertencente à Universidade Federal Rural de Pernambuco, onde conta também com o imprescindível apoio do magnífico reitor Marcelo Carneiro Leão”, lembrou. 

De acordo com Cunha, Djalma é incansável na busca por incremento e eficiência de produtividade para a manutenção e crescimento dos ativos biológicos de nossos canaviais. “Na Stab, por meio dela, promove, ainda, a difusão do conhecimento para os executivos e profissionais ligados às usinas de vários estados do Nordeste. Sem dúvida, um trabalho imprescindível e estratégico”, acrescentou.

Caminhos para o setor

O presidente do Grupo EQM, do qual a Folha de Pernambuco faz parte, Eduardo de Queiroz Monteiro, que coordenou a palestra de Renato Cunha, parabenizou a Stab pela iniciativa. “Quero dizer que estamos aqui com a academia, com os produtores seguros que vamos encontrar aqui caminhos, estradas e avenidas para que a gente possa continuar na luta do nosso setor”, pontuou.

Uma das palestras que mostraram formas de agilizar o trabalho e otimizar custos foi a do diretor e consultor da Consulab, Wokimar Teixeira, sobre gerenciamento inteligente do processo e pagamento de cana com NIR. “Com essa palestra, nossa ideia foi promover o uso da tecnologia cada vez mais aplicada à medição da qualidade da cana-de-açúcar (teor de sacarose) para pagar melhor o fornecedor e também conhecer melhor o produto para o processamento dele em tempo real”, explicou Teixeira. 

Segundo o empresário, o processo é feito com o uso da máquina NIR (Near Infra-Red), bastante usada, de acordo com ele, em outros setores, como o farmacêutico, a indústria de alimentos e petróleo, mas ainda pouco explorada pelo setor sucroenergético. “As mesmas análises que o laboratório faz gastando tempo, bastante reagente, gerando resíduos, a NIR é capaz de fazer em alguns segundos sem gastar nada e sem contato com a amostra”, afirmou.

Fonte: Folha de Pernambuco