Tereos vai ampliar conectividade para ter dados da operação em tempo real
21-11-2023

Empresa montou uma equipe com 20 cientistas de dados para gerar informações que aumentem a produtividade no campo e na indústria — Foto: Divulgação
Empresa montou uma equipe com 20 cientistas de dados para gerar informações que aumentem a produtividade no campo e na indústria — Foto: Divulgação

Empresa investiu mais de R$ 10 milhões nos últimos sete anos para se transformar digitalmente

Por José Florentino — São Paulo

A falta de conectividade no campo é um desafio até para gigantes do agronegócio. A Tereos investiu mais de R$ 10 milhões nos últimos sete anos para se transformar digitalmente, e, agora, espera finalmente vencer essa barreira e conectar toda a sua operação em tempo real, em uma parceria com a Embratel, marca corporativa da Claro, e a Sol, especializada em conectividade para o agronegócio.

Há mais de mil equipamentos capazes de gerar dados nas fazendas parceiras da companhia francesa no Brasil, que somam 300 mil hectares. A empresa também investiu em armazenamento em nuvem da AWS, da Amazon, e montou uma equipe com 20 cientistas de dados para gerar informações que aumentem a produtividade no campo e na indústria.

Mas apenas 43% dessa área é coberta por algum tipo de conexão com a internet, e as informações acabam chegando tarde demais a quem comanda as operações.

“O grande gargalo para capturar o valor dos nossos investimentos sempre foi a conectividade. Esse é um projeto para acelerar o nosso ecossistema de soluções digitais”, afirma Carlos Simões, diretor agrícola e de planejamento da Tereos, em entrevista à Globo Rural.

A expectativa é alcançar 96% de área conectada em um ano, com tecnologias 4G, 3G, CAT-M ou NB-IoT. Segundo Simões, a empresa não vai recorrer ao 5G. “Somos pragmáticos, o foco é resolver o problema de transmitir dados em tempo real e, para isso, o 5G não será necessário”, afirma.

A parceria entre Embratel e Sol começou há três anos, quando a marca da Claro precisava de um parceiro que entendesse as particularidades do agronegócio. O CEO da Sol, Rodrigo Oliveira, diz que os modelos de conectividade para o campo precisam ser flexíveis. “Cada produtor tem uma jornada, uma necessidade”.

Desde então, as duas empresas chegaram a cerca de 10 milhões de hectares com internet contratada — isso além das áreas que a Claro já cobria. “É um volume grande para o pouco tempo”, pondera Adriano Rosa, diretor executivo da Embratel.

Segundo o CEO da Sol, as empresas já começaram as melhorias nas torres existentes ao redor das fazendas parceiras da Tereos. Depois, em uma segunda etapa, devem ser construídas mais 17 torres dentro dessas propriedades.

O projeto da Tereos também pode beneficiar milhares de pessoas que moram no entorno das fazendas e que não têm acesso à internet de qualidade hoje. As torres serão usadas para criar uma rede privativa para a Tereos, mas devem alcançar a população da zona rural.

“Essa não é a nossa primeira tentativa de gerar conectividade, tentamos diferentes formas e tecnologias. Mas essa parceria nos dá segurança que vamos deixar esse problema para trás”, afirma Simões.

Fonte: Globo Rural