Tiririca pode se adaptar ao canavial com palha
11-08-2015

A Tiririca já foi considerada a pior planta daninha encontrada em canaviais brasileiros, devido a suas características de agressividade e pelo seu difícil controle, já que possui propagação vegetativa e por sementes. Dessa forma, a cada operação de cultivo/adubação pós-colheita de lavouras já infestadas pela espécie, havia um aumento expressivo na multiplicação de plantas.

Ao longo dos últimos anos, a Tiririca reduziu seu grau de importância junto ao setor sucroenergético, Paulo César Timossi, da Universidade Federal de Goiás, explica que a presença da palha residual proveniente da colheita mecanizada de cana crua foi um dos fatores que contribuiu para a diminuição da presença de Tiririca nos canaviais. “Em variedades que possibilitam maior quantidade de palha sobre o solo, registramos que a população dessa daninha diminuiu inesperadamente no primeiro momento. Porém, ao longo dos anos, é provável que ela se recupere, mostrando haver adaptação a esse novo sistema”.

Porém, um dos principais motivos que possibilitam a redução da Tiririca é a utilização de herbicidas altamente eficientes, que chegam a diminuir acima de 80% da infestação logo na primeira aplicação. “Essa forma de manejo praticamente mantém as populações abaixo de 5%, a qual em muitos casos se concentra na encosta de terraços, os quais não são sombreados de forma eficiente e nem cobertos por palha residual, demonstrando que a própria cultura também colabora com a diminuição das infestações”, afirma Paulo César Timossi.

Na região abrangida pela CanaCampo (Associação de Fornecedores de Cana da Região de Campo Florido-MG), a Tiririca ainda é encontrada por muitos produtores. O coordenador agrícola da Associação, Rodrigo Piau, conta que, mesmo essa daninha estando em áreas específicas na região, é uma planta que deve ser tratada com muito cuidado para que sua propagação seja evitada. “Nossa orientação é que sejam feitas limpezas dos implementos antes que esses troquem de propriedade. Além disso, é importante que se faça um manejo cuidadoso da muda, evitando que a Tiririca seja levada para locais livres de infestações dessa planta”.

Nas áreas onde há infestação, o herbicida recomendado por Piau é o Plateau® da BASF. “Orientamos uma aplicação na soqueira ou na desinfestação de área com dose de 210 a 230 gramas/ha. Esse método de manejo nos proporciona uma eficiência de 70% a 80% no controle”, finaliza.

Para o controle de tiririca as doses de Plateau® variam de acordo com o tipo de solo e teor de matéria orgânica, com amplitude de 175 a 230 g/ha na cana soca e de 200 a 350 g/ha na desinfestação das áreas.

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