Tonelada de bagaco de cana chega a custar 400 reais em 2021
23-03-2022

Bagaço de cana virou ouro
Bagaço de cana virou ouro

Elevação da tarifa de energia elétrica, maior remuneração da bioeletricidade e escassez de pastagem para o gado, em decorrência da seca, aumenta a competição por bagaço e preço dispara

A cogeração de energia foi um excelente negócio para o setor sucroenergético na safra 21/22, salientou João Rosa, o popular Botão, coordenador de Projetos do Pecege, pois, na safra 20/21 o preço médio do megawatt/hora (Mwh) foi de R$ 272,00, no ciclo 21/22 chegou a R$ 420,00, já o custo do (Mwh) subiu de R$ 3,41, para R$ 3,68.

A geração pelo setor sucroenergético representou 79,5% da produção total da bioeletricidade ofertada à rede em 2021. Dentre as 367 usinas de açúcar e etanol em operação em 2021, 221 comercializaram eletricidade (60% do total de usinas).

Mas essas unidades que não comercializam energia também foram beneficiadas com o alto custo da energia, é que, muitas dessas usinas comercializam a sobra de bagaço para indústrias, como a de laranja, para queima e transformação do vapor em energia.

Com a elevação do valor da tarifa de energia elétrica, a demanda por bagaço cresceu consideravelmente. Quem também engrossou a competição pelo bagaço de cana, foram os pecuaristas, a seca de 2021 reduziu as pastagens e para alimentar o gado no cocho, uma opção é utilizar o bagaço da cana como volumoso.

Esses fatores fizeram com que o bagaço se tornasse raridade, com isso, o preço da tonelada, que em média é vendida por 150 reais, disparasse em 2021 para quase 400 reais no interior paulista.

O cenário de 2022 para o bagaço é que os altos preços se mantenham, pois os institutos climatológicos apontam que teremos mais um ano marcado pela estiagem.

Fonte: CanaOnline