Trabalhadores de usina sucroalcooleira encontram filhote de gato-do-mato em meio a canavial em Junqueirópolis
18-10-2019

 Filhote de gato-do-mato foi resgatado em Junqueirópolis — Foto: Polícia Militar Ambiental
Filhote de gato-do-mato foi resgatado em Junqueirópolis — Foto: Polícia Militar Ambiental

Fêmea, que apresentou o peso de 240 gramas, foi resgatada pela Polícia Militar Ambiental e levada a uma clínica veterinária particular em Dracena. Espécie está ameaçada de extinção.

Por Carlos Volpi, TV Fronteira

A Polícia Militar Ambiental resgatou na manhã desta quinta-feira (17) um filhote de gato-do-mato-pequeno que foi encontrado em meio a um canavial em Junqueirópolis (SP).

A corporação foi acionada, por volta das 10h, por trabalhadores de uma usina sucroalcooleira que se depararam com o animal na área de plantação de cana-de-açúcar.

A fêmea apresentou o peso de 240 gramas.

(CORREÇÃO: Inicialmente, a Polícia Militar Ambiental havia identificado o animal como um filhote de jaguatirica. Porém, posteriormente, a mesma corporação retificou a informação, salientando que, após "uma melhor identificação", concluiu que se trata de um filhote de gato-do-mato-pequeno. A reportagem foi atualizada às 17h54, com a correção.)

De acordo com informações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus) está na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção.

Como se trata de um filhote ainda em estágio de lactação, que estava no local sem a mãe, os policiais levaram o animal a uma clínica veterinária particular na cidade vizinha de Dracena (SP). No local, a fêmea está sob os cuidados do médico veterinário Colombo Guerra Carvalho Júnior.

Segundo a polícia, o filhote terá de ficar sob cuidados humanos em cativeiro por um período de aproximadamente dois meses até ganhar peso e desenvolvimento.

Depois disso, ainda de acordo com a corporação, o animal será solto em habitat natural no Parque Estadual do Rio Aguapeí.

Segundo a polícia, é comum o aparecimento desse tipo de espécie nos canaviais, porque se tornam um refúgio natural, devido à restrição do uso do fogo para a queima da palha da cana-de-açúcar.

O ICMBio disponibiliza, através do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap), as seguintes informações sobre a espécie:

  • Nome comum: gato-do-mato-pequeno.
  • Ameaças e conservação: caça para o comércio de peles, destruição das florestas, população reduzida devido a fragmentação e conversão de habitat natural em plantações e pastagens e restrito conhecimento sobre sua biologia. É classificado pelo Ministério do Meio Ambiente como espécie vulnerável.
  • Comprimento total: 83,5cm (média).
  • Peso: 1,5kg a 3kg.
  • Alimentação: composta por mamíferos muito pequenos (menos de 100 gramas), aves e répteis.
  • Número de filhotes: 1 a 4.
  • Gestação: 73 a 78 dias.
  • Longevidade: 11 anos.
  • Estrutura social: solitário.
  • Padrão de atividade: noturno e diurno.
  • Distribuição geográfica: ocorre nas regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, além do Paraguai e do nordeste da Argentina, ocupando geralmente ambientes variados, desde áreas mais abertas àquelas com vegetação densa.
  • Habitatocupa vários ambientes, desde áreas mais abertas à vegetação densa.
  • Descrição física: junto com o gato-macambira (Leopardus tigrinus), é o menor gato silvestre da América do Sul, com tamanho semelhante ao de um gato doméstico. A coloração é bem variável, com tonalidades entre o amarelo-claro e o castanho-amarelado. O melanismo também é comum na espécie. A pelagem dessa espécie, comparada com a  tigrinus, tende a tons mais escuros e com rosetas maiores e mais arredondadas, além de ser levemente mais encorpada, com uma cauda mais grossa e orelhas menores e mais arredondadas. A pelagem da barriga é pálida coberta com manchas escuras. As orelhas são pretas na porção posterior, com uma mancha central branca. A cauda equivale a 60% do comprimento da cabeça e do corpo. Os pelos são todos voltados para trás, inclusive os da cabeça e da nuca. Recentemente, por meio de estudos moleculares, a subespécie Leopardus tigrinus guttulus foi elevada para espécie.

 

Gato-do-mato foi levado a uma clínica veterinária em Dracena — Foto: Carlos Volpi/TV Fronteira

G1 Presidente Prudente e Região.