Uisa avança em projeto de estocagem de carbono
12-11-2025

Biorrefinaria obtém avaliação preliminar positiva e se prepara para testes geológicos

Após anos de estudos, a Uisa, uma das maiores biorrefinarias do Brasil, deu um passo decisivo em seu projeto de Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono (BECCS, na sigla em inglês). A iniciativa acaba de receber avaliação preliminar positiva de elegibilidade pela plataforma Puro.earth, sendo listada como futura fornecedora de remoções de carbono de alta integridade.

A Puro.earth é a primeira plataforma global dedicada exclusivamente a créditos de remoção permanente de carbono, com base em soluções de engenharia robustas e verificáveis. A análise conduzida por seus especialistas confirmou que o projeto da Uisa atende aos critérios de elegibilidade da plataforma, alinhando-se aos rigorosos padrões de certificação para estocagem geológica de carbono — que envolvem aspectos financeiros, regulatórios, de segurança geológica e sustentabilidade ambiental.

“O resultado positivo desta avaliação preliminar é muito importante para o projeto. Ele confirma a solidez da nossa aposta e nos dá a confiança necessária para avançar com otimismo para a próxima fase, que inclui os testes de perfuração”, destaca José Fernando Mazuca Filho, CEO da Uisa.

Tecnologia para descarbonizar a matriz energética

O BECCS consiste na captura e estocagem permanente de carbono gerado na produção de etanol, em camadas geológicas profundas. Inovadora no setor sucroenergético, a tecnologia está atualmente em fase de estudos e preparação para os testes de perfuração, previstos para 2026.

A aposta no BECCS integra um plano mais amplo de investimentos em sustentabilidade da Uisa. A empresa projeta armazenar até 550 mil toneladas de CO₂ e, com isso, neutralizar ou até negativar a pegada de carbono de seu etanol. A iniciativa também poderá gerar créditos de carbono voltados a setores de difícil descarbonização, como aviação e transporte marítimo, contribuindo para reduzir as emissões globais.

“A iniciativa contribui diretamente para a mitigação das mudanças climáticas e para a descarbonização da matriz energética brasileira. A previsão é que, confirmada a viabilidade técnica, o projeto entre em operação em 2029”, completa Mazuca.