Um dia o ex-Presidente Lula já foi o embaixador do etanol
24-07-2018

O sonho de fazer do Brasil " A Arábia Saudita Verde"praticamente faliu o setor. O que esperar do próximo presidente da República?

Há 10 anos, em discurso na Conferência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a produção brasileira de etanol e criticou os países que atribuem ao Brasil e às plantações de cana-de-açúcar a responsabilidade pela crise nos alimentos no mundo.
Naquela época, Lula era reconhecido como o Presidente do Brasil que mais havia se empenhado para que nosso País mantivesse a supremacia mundial na utilização de energias renováveis, mas preservando os ecossistemas, gerando alimentos e qualidade de vida. Seu empenho extrapolava as fronteiras internacionais, pois trabalhava no sentido de que o mundo seguisse o mesmo caminho do Brasil, produzindo energias limpas de forma sustentável.

O Presidente Lula passou a ser chamado de “OEmbaixador do etanol”. O combustível verde era visto como a grande estrela da política energética brasileira. Era a época em que o presidente Lula anunciava que o País seria o maior produtor de combustíveis renováveis, uma "Arábia Saudita Verde". O ex-presidentelevantou a bandeira do etanol como uma commodity made in Brazil,muitos aderiram ao chamadoo que deu origem a grande expansão sucroenergética.

Lula recebeu várias homenagens do setor sucroenergético. O primeiro carro flex, lançado em2003, o Gol Total Flex, foi dado de presente a Lula, em reconhecimento ao seu empenho.

Mas a festa foi definhando. A descoberta do pré-sal, com seu volume assombrador de reservas de petróleo encontradas em profundidades de até 7000 metros tendeu a atrair os investimentos internacionais em energia. A possibilidade da entrada de bilhões e bilhões de reais seduziu o governo e Lula esqueceu que havia proclamado ao mundo os benefícios do etanol, por exemplo:“está amplamente demonstrado que o etanol, comparado com a gasolina de matriz fóssil, reduz em até 90% os efeitos da emissão de gases.”

Também Lula sujou os dedos com o negro combustível fóssil. No final, abandonou o setor com as dívidas dos investimentos da expansão para a produção de etanol que iria invadir o mundo. Sua sucessora, a ex-presidente Dilma, acabou de sangrar a agroindústria canavieira. O sonho de fazer do Brasil a "Arábia Saudita Verde" fechou dezenas de usinas, outras tantas pediram falência, recuperação judicial ou ainda estão na corda bamba.

Mais uma eleição vem por aí. Qual candidato a Presidente da República defenderá realmente os combustíveis renováveis?

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