Um dos pioneiros na cana com tecnologia em MG, grupo sai do negócio diante dos custos para manter escala só com capital próprio
28-03-2018

Rating alto na tomada de capital, por "sermos canavieiros". Dependência do açúcar e etanol na precificação, sem poder de negociação com usinas, e também a falta de repasse da receita de cogeração de energia pelas usinas, corroem margens. Depois de 39 anos, últimos 400/ha foram colhidos.

Confira a entrevista com Jonadan Ma - Diretor do Grupo Ma Shou Tao

Com dificuldades para manter os custos de produção, o grupo Ma Shou Tao anunciou que vai deixar os negócios no setor da cana-de-açúcar. De acordo com o diretor da empresa, Jonadan Ma, foram três fatores que influenciaram na descontinuidade da atividade.

“Nós percebemos que a cana-de-açúcar deixou de ser de prioridade do governo. Com isso, o setor perdeu a força estratégica no país. Além disso, fizemos um pleito para ter uma remuneração da cana na geração de energia”, destaca.

Mesmo após o lançamento do RenovaBio, a empresa decidiu encerrar as negociações, pois acredita que a tecnologia não traria grande avanços devido as políticas públicas. “Hoje, nós não temos como participar de uma negociação e somos obrigados a receber os preços que são impostos”, afirma.

A empresa não faz renovação dos canaviais há seis anos, por isso, neste ano já não terá mais produção de cana-de-açúcar. Sendo que na última safra foram cultivados 400 hectares com a cultura. “Nós éramos os maiores produtores de cana da região da Conquista/MG. Infelizmente, nós estamos no mesmo sistema de décadas atrás”, finaliza.

 

Por: Giovanni Lorenzon e Andressa Simão