Uma Nova Cultura de Risco no Setor Sucroenergético
28-01-2019

O RenovaBioveio estabelecer políticas de reconhecimento do papel de todos os tipos de biocombustíveis na matriz energética brasileira

* Álvaro Dabus -

Com o alto nível de investimento em tecnologia e a crescente diversificação nos últimos anos, a tradicional matéria-prima (a cana) utilizada na fabricação de açúcar, teve seu aproveitamento ampliado para produzir etanol e bioeletricidade – esta última que ganhará escala nos próximos anos. O setor passou por profundas alterações nos últimos 30 anos, e cada nova terminologia ao logo do tempo, definiu o perfil atual da indústria canavieira no país. A terminologia ‘Sucroenergético’ é hoje a que melhor traduz as novas tecnologias, inovações e o vigor da indústria. O setor entrou definitivamente no segmento da energia.

O RenovaBio, iniciativa do Ministério de Minas e Energia – em conjunto com o governo, os setores do agronegócio e a sociedade – veio para estabelecer políticas de reconhecimento do papel de todos os tipos de biocombustíveis na matriz energética brasileira, entrou no campo para estimular a produção de biocombustíveis, tanto para a segurança energética, quanto para mitigação de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa. O RenovaBio assegura que o Brasil cumpra o compromisso assumido em acordos internacionais. Somos um dos principais países a confirmar participação no Acordo de Paris, em vigor desde novembro de 2017.

A importância mundial do setor sucroenergéticoatrai a atenção de grandes investidores e lideranças das empresas globais de açúcar e etanol. Com isso, há necessidade de uma mudança cultural na compreensão das exposições aos riscos, do plantio até a comercialização. A operação no agronegócio é complexa e há uma diversidade de imprevisibilidades operacionais, quebra de máquinas e equipamentos, volatilidade do câmbio, preço, risco financeiro, políticas regulatórias e, especialmente, mudanças climáticas. Aliás, os eventos climáticos extremos estão entre os riscos mais proeminentes e de maior impacto nos negócios nos próximos anos, de acordo com a mais recente edição do Relatório de Riscos Globais 2018, apresentado este ano pela Marsh&McLennanCompanies no World EconomicForum, em Davos.

Como se vê, são riscos que exigem planejamentos sistematizados de seguros, resseguros e gerenciamento de risco. Estratégias robustas que se conectam com uma nova cultura de gestão de risco, agregam valor, preservam os investimentos e garantem a resiliência das empresas de toda a cadeia do Sucroenergético.

Diante do cenário de oportunidades neste mercado, é necessário ter um plano estruturado de mitigação de risco para o sucesso dos novos projetos de forma geral (novas usinas greenfield, ampliação, modernização, investimentos em cogeração, entre outros projetos), desde as etapas da concepção e desenvolvimento até a implantação e operação.

O mercado segurador, que já acompanha a evolução e modernização do mercado Sucroenergético, já ajuda as empresas na quantificação do equilíbrio financeiro, entre investimentos realizados em prevenção, estimativa de perdas e custos de transferência e financiamento de riscos. Com uma grande base de dados com históricos de frequência de sinistros e perdas por tipo de indústria, fundamenta as decisões estratégicas de seguros e gestão de risco. São soluções que permitem administrar riscos que até então eram considerados não gerenciáveis. Além disso, evitam perdas financeiras.

* Álvaro Dabus - Diretor de Local Clients e de Filiais do Interior de São Paulo da Marsh Brasil

Fonte: CanaOnline