Unida se reúne no Recife para apoiar protesto contra usinas em Alagoas
27-10-2016

Nesta terça-feira (25), a direção da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) se reuniu na Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) para abordar um assunto bem polêmico e que tem levado os agricultores alagoanos a perderem o interesse na plantação de cana devido às dívidas das usinas que já chegam a R$ 250 milhões. A Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana) lidera um movimento contra o descaso das unidades fabris e redefiniu a data para a realização de uma grande manifestação em Maceió contra a situação. O protesto estava marcado para segunda-feira (31), mas a Asplana divulgará uma nova agenda em novembro. As entidades de classe dos fornecedores de cana nos demais Estados do Nordeste, vinculados à Unida, confirmaram a participação e total apoio em defesa do segmento.
O presidente da Unida, Alexandre Andrade Lima, que também preside a Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), garantiu pleno apoio e participação do setor na manifestação da Asplana contra essa inadimplência de usineiros em Alagoas. “É inadmissível que o produtor independente de cana forneça a matéria prima para usinas produzirem e lucrarem com a produção do açúcar e do álcool, mas elas simplesmente não pagam ou pagam quando quiserem”, criticou o líder dos canavieiros nordestinos e do Brasil. Ele diz que em PE, por exemplo, os produtores de cana reabriram duas usinas que estavam fechadas e pagam em dia seus fornecedores de cana.
Outro problema de injustiça contra os fornecedores de cana foi tratado durante o encontro da Unida na Recife. O segmento ajuizará ações na Justiça Federal para que seja revisto os valores das dívidas com antigos financiamentos dos agricultores entre 1987 e 1989. Os valores foram duplamente majorados devido o advento do plano econômico chamado de Plano Collor. O reajuste subiu de 41% para 82%. “O próprio Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que foi ilegal”, diz Andrade Lima. Com isso, as entidade interessadas em representar seus associados que sofreram com este problema, devem aderir aos processos em parceria com a Feplana, que está contratando consultoria jurídica especializada.