Usina Caeté irriga 60% de seus canaviais e longevidade média salta para 11 cortes
13-07-2021

Irrigação na Caeté agora é exclusiva para canaviais de início e meio de safra. Foto: Arquivo CanaOnline
Irrigação na Caeté agora é exclusiva para canaviais de início e meio de safra. Foto: Arquivo CanaOnline

Superintendente agroindustrial Nordeste da companhia foi um dos debatedores da live “Irrigação na lavoura canavieira” realizada pela CanaOnline no início de julho

Leonardo Ruiz

A irrigação em Alagoas tomou viés robusto a partir da década de 1990. Até então, a maioria das unidades agroindustriais cultivavam a cana-de-açúcar sob manejo de sequeiro e a irrigação era puramente realizada com águas residuárias. Na Usina Caeté, pertencente ao Grupo Carlos Lyra, a irrigação passou a ser visada a fim de proporcionar estabilidade à produção ao longo de toda a safra, uma vez que a produtividade despencava no final do ciclo em função do alto déficit hídrico registrado na região nesse período. “Diante deste cenário, começamos a buscar alternativas - inclusive fora do país - para mitigar essas quebras”, contou o superintendente agroindustrial Nordeste da companhia, Mário Sérgio Matias da Silva, durante a live “Irrigação na lavoura canavieira”, realizada pela CanaOnline na última terça-feira (06).

O primeiro sistema de irrigação implantado na Caeté foi o de gotejamento. Em seguida, os pivôs chegaram aos canaviais com topografia mais plana. “A partir desse momento, passamos a registrar uma estabilidade maior na produção. No entanto, outros tipos de problemas começaram a surgir. Em anos com condições climáticas mais favoráveis, por exemplo, estendíamos demais o final da safra, prejudicando a produtividade dessas áreas no ano seguinte. Além disso, irrigávamos canaviais que, na sequência, passariam pelo período das águas. Ocorre que nossos solos de tabuleiros têm baixa drenagem e pouca oxigenação. O resultado disso era um baixo crescimento da cana. No final das contas, era um investimento altíssimo, mas com resultados não tão expressivos.”

Hoje, cerca de 60% dos canaviais da Usina Caeté são irrigados. Porém, não mais os de final de safra. O sistema agora é exclusivo para as canas de início e meio de ciclo. “Estamos buscando criar um ‘colchão’ de alta produtividade para que as quebras do final do ano não influenciem nas médias gerais da companhia”, afirmou Matias da Silva.

A live “Irrigação na lavoura canavieira” contou com a presença da pesquisadora científica e diretora do centro de pesquisa e desenvolvimento de ecofisiologia e biofísica do Instituto Agronômico (IAC), Regina Célia Pires; do gestor do Grupo de Irrigação e Fertirrigação de Cana-de-açúcar (GIFC) e consultor ambiental de recursos hídricos, André Elia Neto; do supervisor de produção agrícola sênior da Usina Alta Mogiana e conselheiro do GIFC, Júlio César da Silveira; e do superintendente agroindustrial nordeste da Usina Caeté (Grupo Carlos Lyra), Mário Sérgio Matias da Silva. Assista a live completa clicando nesse link: https://www.youtube.com/watch?v=ynC1HtbmQ-Y