Usina Coruripe dobra investimento na expansão da unidade de Limeira do Oeste
08-02-2024

A capacidade de moagem anual da unidade passará de 1,5 milhão para 2,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar | Crédito: Welbert Andrade de Freitas
A capacidade de moagem anual da unidade passará de 1,5 milhão para 2,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar | Crédito: Welbert Andrade de Freitas

Investimento de mais de R$ 400 mi também inclui a geração de 100 postos de trabalho na região

Por Leonardo Leão

A empresa do setor sucroenergético, Usina Coruripe, está investindo mais de R$ 400 milhões na expansão de sua unidade em Limeira do Oeste, no Triângulo Mineiro. O montante é o dobro do que era estimado em 2022, cerca de R$ 200 milhões. De acordo com o presidente da companhia, Mario Lorencatto, a implementação de uma nova linha de produção de açúcar VHP na planta industrial já está sendo concluída. A expectativa é inaugurá-la em março deste ano.

O projeto irá ampliar a capacidade de moagem anual da unidade, passando de 1,5 milhão para 2,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. A ideia é que a instalação de uma nova linha de produção também resulte em um acréscimo considerável na produção de açúcar.

“Esse aumento substancial na capacidade de produção permitirá à Usina Coruripe gerar um acréscimo de 187 mil toneladas de açúcar VHP por ano a ser escoado pelo terminal rodoferroviário próprio em Iturama”, explica Lorencatto.

Vale lembrar que, até a safra de 2023, a planta estava focada exclusivamente na produção de etanol.

“Estamos acompanhando as perspectivas do cenário nacional. Há uma expectativa de aumento na produção de açúcar, biocombustíveis e bioenergia, tanto em Minas Gerais quanto em outros estados, sinalizando um cenário otimista para o setor sucroenergético no Brasil”, completa.

Novas oportunidades de trabalho

Uma das consequências diretas desse projeto de expansão é a geração de empregos na região. Recentemente, a empresa abriu cerca de 100 vagas de empregos para profissionais de níveis médio, técnico e superior para atuarem em suas unidades localizadas no Triângulo Mineiro.

“A geração de empregos decorrente desse projeto de expansão proporciona oportunidades de trabalho para novos talentos locais, contribuindo para o desenvolvimento econômico da região e promovendo o aumento da renda nas comunidades próximas à operação da empresa”, declara.

Lorencatto ainda destaca que essas contratações são uma resposta às necessidades operacionais decorrentes da expansão. Além de refletir o comprometimento da Usina Coruripe com o desenvolvimento socioeconômico das áreas onde está inserida.

Resultados da Usina Coruripe

O presidente da companhia, Mario Lorencatto, também revela que as unidades da empresa em Minas Gerais concluíram a safra 2023/2024 com um recorde de 12,41 milhões de toneladas de cana moída. Levando em consideração a safra do estado de Alagoas, ainda em andamento, a projeção total vai para uma moagem de 16 milhões de toneladas de cana moída. Isso indica um aumento significativo em relação à safra anterior.

Para Lorencatto, esse desempenho contou com a contribuição de diversos fatores, como as condições climáticas favoráveisexpansão das áreas de produção e os investimentos da empresa em tecnologias e práticas sustentáveis. “Esses elementos combinados impulsionaram a produção de açúcar, biocombustíveis e bioenergia nas unidades da empresa”, avalia.

Ele lembra que, em junho de 2023, a Usina também apresentou resultados financeiros e comerciais positivos na safra 2022/2023. Conforme divulgado no balanço, a empresa registrou faturamento líquido total recorde de R$ 3,66 bilhões, 23% superior ao apurado na safra anterior (R$ 2,99 bilhões). Já o lucro líquido na safra encerrada alcançou R$ 511 milhões, o que representa um aumento de 22,5% em relação aos R$ 417 milhões reportados na safra 2021/2022.

Na visão do presidente da Usina Coruripe, o desempenho da companhia e do setor sucroenergético em 2023 foi notável, marcado por significativos investimentos em inovação, sustentabilidade e quebra de recordes de volume de produção, vendas, rentabilidade e segurança no trabalho.

Lorencatto ainda ressalta que a empresa direcionou cerca de R$ 2 milhões para iniciativas voltadas para a sustentabilidade. “Esses investimentos não apenas contribuíram para a consolidação da empresa como uma referência no cenário nacional, mas também a posicionaram como agente da descarbonização da economia”, afirma.

Para 2024, o executivo garante que a companhia seguirá firme com seu compromisso de impulsionar ainda mais o setor sucroenergético. “A busca contínua por inovações e a promoção de práticas sustentáveis reforçam a visão de longo prazo da empresa”, declara.

Análise do mercado

Quanto à demanda no setor sucroenergético, o presidente da Usina Coruripe explica que ela está refletindo um cenário de crescimento e transformação, impulsionado por diversos fatores. Dentre eles está o amadurecimento do setor sucroalcooleiro e de bioenergia, influenciado por avanços em novas tecnologias e metas mais rigorosas de sustentabilidade.

Outro destaque é a diversificação do portfólio de produtos no setor sucroenergético, que pode ser considerada uma estratégia eficaz para o aumento da demanda no setor. “As empresas, incluindo a Usina Coruripe, têm acompanhado essa tendência, adaptando-se às mudanças nos aspectos político-legais, econômicos, tecnológicos, sociais e ambientais”, pontua Lorencatto.

Ele também aponta para uma ação das plantas industriais do setor que estão direcionando esforços para soluções relacionadas aos problemas decorrentes das mudanças climáticas. “A crescente necessidade global de substituir combustíveis fósseis poluentes tem elevado a importância do setor sucroenergético, que possui a capacidade de transformar a cana-de-açúcar em biocombustíveis e bioenergia”, disse.

O executivo da companhia entende que diante desse panorama, há um aumento da demanda por produtos do setor sucroenergético e as perspectivas para 2024 indicam um crescimento contínuo. “A natureza sustentável do negócio, aliada à capacidade de adaptação às demandas globais por energias mais limpas, reforça a posição positiva do setor no mercado brasileiro e internacional”, conclui.

Fonte: Diário do Comércio