Usina em Timbaúba/PE continua contribuindo para o desenvolvimento regional
06-04-2018

A usina Cruangi tem significativa importância socioeconômica e cultural para a Zona da Mata Norte, em especial para o município de Timbaúba, que completa 139 anos de emancipação, e é onde fica a unidade fabril
A história da usina com a cidade de vocação canavieira se misturam. O forte desempenho de Cruangi na produção de açúcar e álcool sempre foram condicionantes para o incremento local, interrompido, infelizmente pela aguda crise nacional que abalou o setor canavieiro no início desta década, levando a usina a fechar e a população a amargar prejuízos com corte drástico de empregos e a redução de recursos que circulavam no comercio. Mas, em julho de 2015, graças ao arrojo e à disposição de um grupo de donos de engenhos na região, organizados na Cooperativa de Fornecedores de Cana (Coaf), e com o apoio do Governo do Estado e demais parceiros fundamentais como o Sindicato dos Cultivadores de Cana de PE, a unidade foi reativada, batizada como Coaf, retomando a produção de etanol e que acabou de lançar no mercado interno o açúcar com a marca AguAzul – nome dado em referência ao maior e conhecido açude do município que dá suporte hídrico à usina e ao plantio da cana.
“Timbaúba, com seus 139 anos, fica mais forte com a usina ativa outra vez. Creio que é a empresa que mais emprega na cidade. Chegamos a 300 funcionários no parque fabril e 3 mil trabalhadores nos canaviais de nossos cooperados da cidade e de outras no entorno. Só nesta última safra circularam mais de R$ 95 milhões na região”, comemora o presidente da Coaf, Alexandre Andrade Lima, que é filho de um cidadão timbaubense e que o seu avô morou por muito tempo na cidade.
Ao todo, já foram investidos R$ 22 milhões para manter a usina na ativa. Só de impostos municipais, estaduais e federais, que são revertidos para a própria comunidade, a Coaf já pagou mais de R$ 9,5 milhões nestas três última safras. E, no último ano, ainda investiu mais R$ 300 mil com a compra de equipamentos novos só para o setor de Empacotamento de açúcar, depois de já ter feito investimentos na requalificação das máquinas para produção também de açúcar, visto que a usina só se encontrava apta para a fabricação de etanol, em virtude dos anos que ficou fechada.
Neste curto intervalo de tempo, a Coaf, com três diretores, um conselho de oito cooperados e a equipe técnica, com competência, transparência, honestidade e dedicação, já colocaram esta usina timbaubense entre as primeiras do gênero no quesito rendimento e eficiência no estado. E é a responsável por pagar o melhor preço da cana para seus fornecedores em comparação a todas as usinas em PE, além de ter contribuído para que as demais unidades industriais valorizem a cana dos agricultores e o próprio canavieiro, diante da concorrência que se abriu. Com isso, tem-se distribuído melhor a renda proveniente desta produção de cana na Zona da Mata Norte.
Na última safra, a Coaf chegou a moer 545 mil toneladas de cana, um recorde desde quando reativou a usina. Apesar disso, falta muito para atingir a marca de 1,3 milhões de toneladas já esmagadas por Cruangi. “A falta de matéria-prima, derivada sobretudo pelos cinco anos de seca, é um desses limitadores, além de outros desafios, muitos já superados.
Contudo, diante dos baixos preços do açúcar no mercado externo com reflexos no comercio interno, a Coaf ainda não começou a fabricação deste produto, mas está com toda a estrutura interna da usina pronta na expectativa de melhoras deste mercado. Desse modo, ainda não decidiu que produzirá açúcar nesta safra 2018/19, embora nada esteja decidido, mas já adianta que manterá a sua produção de etanol”, explica Lima.
Apesar disso, objetivando criar novas oportunidades e desenvolvimento socioeconômico para Timbaúba e região, a Coaf inovou e decidiu iniciar há três meses a comercialização do açúcar com a sua marca AguAzul, sendo muito bem aceita no mercado local. “Compramos açúcar de fora e empacotamos em sacos de 1 kg em fardos de 10 kg e 30 kg. O nosso diferencial é que somos uma cooperativa e o rendimento é distribuído para todos os cooperados, oportunizando a distribuição maior da receita e mais emprego nas cidades envolvidas”, enfatiza Lima.
A direção da Coaf já estuda dar início a uma campanha de marketing para o lançamento oficial do açúcar AguAzul, fazendo com que a cidade volte a produzir este produto tradicional de Timbaúba, já fabricando por longas décadas pela mesma usina com a marca Cruangi. Lima adianta que a população timbaubense e da região, bem como os funcionários e cooperativados da usina podem esperar, se Deus quiser, longa vida da Coaf na cidade, o que o dirigente considera um excelente presente para a própria sociedade que está comemorando os 139 anos do município.