Usina Santa Fé projeta aumentar a produtividade investindo em irrigação por gotejamento
06-03-2015

Na manhã de ontem, a Usina Santa Fé, localizada no Município de Nova Europa, SP, recebeu produtores de cana e profissionais de diferentes usinas para participarem de um Dia de Campo sobre o projeto de irrigação por gotejamento que a usina implantou.

A iniciativa é piloto, mas ocupa áreas comerciais da empresa, num total de 100 hectares, devendo ser expandida nos próximos anos. A estimativa é chegar a 300 hectares já na próxima safra. O plantio foi totalmente manual, embora deva ser plantado com máquinas na continuidade do projeto.
A área foi implantada em fevereiro de 2014 num ambiente C, utilizando duas variedades responsivas à irrigação: CTC 04 e RB 92579. A colheita está prevista para julho de 2015 e será totalmente mecanizada.
Segundo Matheus Uzelotto Lopes, coordenador de plantio e preparo de solo da unidade, o gotejamento é uma tecnologia de irrigação mais eficiente do que outras disponíveis. O nível de desperdício de água é muito menor, pois "a eficiência está na casa de 85%".
No projeto de 100 ha com gotejamento da Santa Fé foi aplicado um planejamento de acordo com a realidade da empresa, levando em conta, por exemplo, as características do solo e as condições de evapotranspiração.
Nesta área, a usina aplica uma lâmina de irrigação de 3,5 mm/dia até atingir cerca de 25 kPa (nível de saturação do solo).
Sem considerar o investimento no plantio, a empresa gastou neste projeto de gotejamento R$ 6 mil / hectare. "Acreditamos que vamos levar duas colheitas para ter definido o nosso payback", diz Matheus, embora ele comente que projetos semelhantes a este tenham um payback estimado entre 3 e 4 anos.

MUITA EXPECTATIVA
"O projeto de irrigação que adotamos é para uma área de 100 ha. A colheita será apenas no meio de 2015, mas já vemos a diferença no desenvolvimento da cana destas áreas comparando com as áreas de testemunha", relata o diretor agrícola da Usina Santa Fé, Francisco Sylvio Malzoni Gavotti. A empresa já realizou uma análise biométrica que permite ter boas perspectivas. A estimativa é de que a produtividade da cana irrigada seja de aproximadamente 200 t/ha. Na última safra, a produtividade média alcançada na Santa Fé foi de 82 t/ha.
“Na safra passada, processamos 3,5 milhões de toneladas de cana. Mas a expectativa era maior, o que nos limitou foi a estiagem que atingiu o estado de São Paulo”, conta Matheus.
Segundo Sylvio, não é contrassenso desenvolver tecnologias de irrigação, porque se trata de uma tecnologia de aumento de produtividade. "Há quem acredite que não se deva apostar em irrigação na agricultura, mas não se vê que é para alimento", sublinha.
A irrigação por gotejamento, de acordo com ele, tem um consumo baixo e eficiente de água. Na área atual, a empresa utiliza de águas superficiais na irrigação, mas inclusive tem projeto de poço, já outorgado, para utilizar neste objetivo. Pela área da usina também passam dois rios grandes: o Jacaré e o Itaquerê.
Ao desenvolver know-how em cana irrigada, Sylvio frisa que o ponto mais crítico é o domínio do manejo da irrigação. E trata-se de um processo delicado. Ao todo, a irrigação exige a execução das seguintes etapas: estrutura, plantio, manejo e colheita.
“Na Santa Fé, irrigação por gotejamento é uma tecnologia promissora. Pode ser uma solução para o futuro. E os resultados já mostram que é uma tecnologia viável”, finaliza o diretor agrícola.

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