Usina São Manoel: essa tal sustentabilidade
05-02-2016

Usina São Manoel foi eleita pela revista Globo Rural, a campeã em sustentabilidade no ano de 2015

Na última década muito se falou sobre sustentabilidade, o tema foi pauta de discussões entre países desenvolvidos em busca de consenso para reduzir os fortes impactos ambientais que tem afetado o clima do planeta. O Brasil vem na contramão deste processo apoiando todas as suas fichas na exploração do pré-sal, apesar de ser o detentor da maior quantidade de energia renovável por km² do mundo. Recentemente na reunião da COP-21 em Paris, o mundo se propôs a ser, o mais rápido possível, neutro em carbono. Esta grande vitória para o planeta deverá, no médio e longo prazos, obrigar países e organizações a aumentar suas eficiências energéticas em todos os seus processos econômicos.

É verdade que muitas transformações ocorreram nos últimos anos em favor da sustentabilidade. Dentro do contexto do setor sucroenergético mudanças consideráveis ocorreram e grandes lutas foram travadas para qualificar o etanol como combustível renovável no mundo todo. Apesar dos avanços em promover o etanol ao mundo ainda existem várias barreiras a superar como a criação de políticas internas de longo prazo para inserir a biomassa de forma definitiva e gradativa na matriz energética brasileira.

Essas mesmas barreiras deverão ser superadas para que a bioeletricidade, energia limpa e renovável, produzida a partir da queima de resíduos da cana de açúcar (bagaço e palha) em caldeiras de alta pressão tenha uma participação mais efetiva na matriz. O Brasil pode gerar mais de 13.000 megawatts médios de energia limpa, isso equivale a 3 usinas de Belo Monte. A vantagem ambiental em relação às usinas termelétricas movidas a óleo combustível é a maior entre todas as formas de geração que estão atualmente disponíveis em larga escala. Além disso, trata-se de uma fonte típica de geração descentralizada, que se interliga aos troncos principais do sistema elétrico e que pode implementar tecnologia para uma geração distribuída.

Apesar de todos os revezes causados pela falta de políticas e regulamentações, o setor sucroenergético tem se preparado para atender todas as exigências ambientais para minimizar seus impactos. Um exemplo importante foi a introdução da mecanização da colheita da cana que até pouco tempo era queimada, liberando monóxido de carbono e partículas na atmosfera. Investimentos em tecnologias e capacitação de pessoas foram necessários, permitindo reduzir consideravelmente a colheita manual da cana de açúcar em diversos Estados brasileiros.

É notável a evolução do setor sucroenergético na busca de tornar seus processos cada vez mais sustentáveis, seja em sua lavoura, indústria ou gestão, considerando a falta de recursos e todas as incertezas advindas de um mercado ainda não regulamentado. Algumas usinas merecem destaque especial pelos trabalhos e conquistas como a Usina São Manoel, localizada em São Manuel, SP, eleita pela revista Globo Rural, a campeã em sustentabilidade no ano de 2015.

A base do modelo de negócios da Usina São Manoel é sua gestão focada no aumento da eficiência com foco na redução dos custos de produção. Seu diferencial é a preocupação com as pessoas, já faz parte da cultura da empresa os consideráveis investimentos anuais em treinamentos, visando a conscientização para um resultado sustentável.

O caminho trilhado foi longo, desde a sua fundação a usina investe em projetos sociais e publicou seu primeiro balanço social em 2007, seguindo os padrões de sustentabilidade do Global ReportingInitiative (GRI), que contempla indicadores econômicos, sociais, ambientais e de governança. A usina estruturou uma área dedicada à sustentabilidade responsável por dar o suporte necessário aos gestores em seus processos.

Práticas sustentáveis foram adotadas como a reutilização de 96% de toda água utilizada no processo industrial, com essa indicação a usina tem indicadores de 0,7m3 de água por tonelada de cana. Os investimentos em sustentabilidade na atual safra foram de R$ 15 milhões, representando 16,7% do total de investimentos realizados na usina.

A moagem da usina na safra 2016/17 será de 4,3 milhões de toneladas de cana, mas a São Manoel tem planos de aumentar sua capacidade de moagem para 4,5 milhões de toneladas de cana na safra 2017/18.

Investimentos importantes em tecnologias de ponta são realizados pela Usina São Manoel para viabilizar o aumento de produtividade e disponibilidade operacional de seus processos. Um exemplo é a modernização do processo de moagem da cana de açúcar da usina, onde quatro ternos de moendas de 90” já são acionados pela tecnologia consagrada dos redutores Torqmax®da Zanini Renk. Esta tecnologia revolucionária é reconhecida mundialmente pela confiabilidade operacional deste equipamento. De acordo com Mauro Cardoso, Ceo da Zanini Renk, a tecnologia dos acionamentos Torqmax®é patenteada. Os acionamentos operam há mais de 20 safras com excelente performance em diversas usinas no Brasil e no exterior. Estamos fazendo as primeiras trocas dos rolamentos após 18 anos de uso, sem intervenções nos redutores, afirma Cardoso.

O próximo passo do plano de investimentos da São Manoel é a modernização de sua unidade de cogeração de energia.

O cuidado com as áreas de preservação permanentes localizadas dentro da usina é outro diferencial da Usina São Manoel que investiu nos últimos sete anos R$ 3,2 milhões na recuperação de 100% de suas áreas verdes.