Usinas de etanol de milho injetam R$ 716 mi ao PIB de Mato Grosso
25-07-2018

Por: Viviane Petroli

Além de ser uma alternativa para o milho produzido em Mato Grosso e gerar três mil empregos por ano, as usinas de etanol de milho geram arrecadação para o estado. Hoje, Mato Grosso conta com quatro usinas em operação, sendo uma 100% com produção do biocombustível através do cereal, e cada uma projeta R$ 716 milhões no PIB mato-grossense e R$ 41 milhões em impostos estaduais por ano.

A perspectiva é que em Mato Grosso o consumo de milho entre as usinas que estão em operação e projetos em andamento chegue a 7 milhões de toneladas e em 10 anos a 17 milhões.

Em Mato Grosso, segundo dados da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), estão em operação no modo "flex", ou seja, produzindo etanol de milho e cana-de-açúcar as usinas Usimat, Destilaria Libra e a Usina Pantanal/Porto Seguro, além da FS Bioenergia de Lucas do Rio Verde no modo full (100% milho). Além disso, em termos de projeto para construção no estado estão em andamento a duplicação da capacidade de produção da FS Bioenergia em Lucas do Rio Verde, bem como a construção de uma unidade em Sorriso. A construção da Inpasa, também 100% etanol de milho, em Sinop, bem como a construção da Alcooad (full) e Etamil (flex).

Um estudo realizado pela consultoria Agroícone e pela Iniciativa para o Uso da Terra (Input) revela que a transformação do milho em etanol não só aquece a economia, gerando emprego e ampliando a arrecadação de tributos, como é uma atividade ambientalmente pouco impactante.

"Somos grandes produtores de milho, e não raro experimentamos a desvalorização de parte da safra devido ao déficit logístico e de armazenagem. A cadeia produtiva do etanol de milho ajuda a superar esse problema, e mais que isso: é uma importante opção de aquecimento econômico com baixo impacto ambiental", pontua o presidente da Unem, Ricardo Tomczyk.

Estudo

O estudo em questão foi apresentado na última semana ao governador Pedro Taques.

O estudo teve como referência a planta da FS Bioenergia, localizada em Lucas do Rio Verde. A unidade em questão é a primeira de Mato Grosso a produzir etanol 100% de milho, ou seja, não é uma unidade flex, que produz em determinado momento do ano etanol através do milho ou através da cana-de-açúcar. A indústria produz 500 milhões de litros por ano e demanda 1,2 milhão de toneladas de milho de segunda safra.

A fase de investimento, desde o desenvolvimento do projeto até à construção da indústria, costuma levar em média dois anos. Nesse período, são gerados 8,5 mil empregos diretos e indiretos em nível nacional – dos quais 1,6 mil vagas ficam em Mato Grosso. Além disso, adiciona-se cerca de R$ 660 milhões no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, gerando uma arrecadação de R$ 80 milhões de impostos municipais, estaduais e federais.

Já na fase de operação, os reflexos, de acordo com o levantamento, são maiores no território mato-grossense: dos 4,5 mil empregos que serão criados a cada ano, 2,9 mil ficam em Mato Grosso. Com a produção em plena carga (não somente de etanol, mas também considerando os derivados DDG, bioeletricidade e óleo de milho bruto), uma indústria injeta R$ 910 milhões na economia nacional, e R$ 716 milhões no estado. Com isso, há a arrecadação de R$ 73 milhões para os cofres públicos (R$ 41 milhões nos estaduais).

O estudo apontou que com uma tonelada de milho é possível produzir 420 litros de etanol, 180 Kg HF + 105 Kg HP (seco) de DDG (produto utilizado para ração animal, tanto de bovinos quanto de aves, suínos e peixes), 18 litros de óleo de milho (que pode ser refinado ou virar biodiesel), além da co-geração de energia elétrica, diante o uso de biomassa.