Usinas MS conhecem exigências para aderir a programa voltado a aumentar participação dos biocombustíveis na matriz do país
28-06-2019

RenovaBio foi apresentado a setor sucroenergético de MS nesta quarta-feira — Foto: Biosul/Divulgação
RenovaBio foi apresentado a setor sucroenergético de MS nesta quarta-feira — Foto: Biosul/Divulgação

RenovaBio deve começar a valer a partir de 2020 em todo o país.

Por G1 MS

Mato Grosso do Sul fechou a safra 2018/2019 como o quarto maior produtor de cana-de-açúcar do país e o terceiro maior fabricante de etanol. Com o status de um dos maiores players do mercado nacional, o setor aguarda com expectativa a implementação pelo governo federal da Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio.

Entre outras medidas, o RenovaBio, pretende estimular a ampliação da participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira, possibilitando que o país cumpra os compromissos de descarbonização que o país assumiu na COP 21 [Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, realizada em Paris, em 2015].

Nesta quarta-feira (26), a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) promoveu na Casa da Indústria, em Campo Grande, um evento para divulgar o RenovaBio e apresentar ao setor sucroenergético do estado as condições para aderir a iniciativa. Foi detalhada, por exemplo, como será feita a certificação e a utilização do RenovaCalc, a ferramenta de cálculo da Nota de Eficiência Energética Ambiental [NEEA] das unidades participantes.

"A adesão ao RenovaBio vai ser voluntária. E as usinas que forem participar vão ter de ser certificadas. Elas vão ter de prestar uma série de informações, detalhando aspectos das áreas agrícola e industrial e vão receber uma nota. Quando venderem o etanol para as distribuidoras, essa comercialização vai gerar o Crédito de Descarbonização (CBIO), que vai levar em conta a nota das usinas. O CBIO será vendido nas bolsas e vai representar mais caixa para as usinas, que por conta disso vão querer ser cada vez mais eficientes e sustentáveis, para que tenham uma nota melhor. E quem vai comprar os créditos. As distribuidoras. Elas vão ter metas de descarbonização. Dependendo da quantidade de combustíveis fósseis que comercializarem vão ter de adquirir CBIO para compensar", vem reiterando o presidente da Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), Roberto Hollanda, sobre a iniciativa.


Durante o evento, Hollanda destacou que esse é um momento importante para as usinas aderirem. “Considerado o maior programa de descarbonização do mundo, o RenovaBio vai exigir um envolvimento operacional por parte de todas as usinas do país e aqui em Mato Grosso do Sul não é diferente, todas as unidades já se movimentam para aderirem ao programa”.

Ele destacou que nesta participação, a questão da eficiência ambiental será um fator determinante na nota das unidades produtoras no RenovaBio. “Quanto mais eficiente o processo produtivo de uma usina, melhor será a nota de eficiência energética ambiental dentro do programa. É preciso entender os processos e explicar isso para os gestores e também para as equipes de operação”.

O diretor da usina Laguna, Werner Semmelroth, participou do evento e considerou uma importante iniciativa. “Todos aqui buscam informações sobre funciona as prestações de informações dentro do programa. Acredito que todos vão aderir RenovaBio, mas esse é um momento importante para a gente entender como funciona a certificação, a RenovaCalc, enfim, todas as nossas obrigações”.

A programação contou com as especialistas em regulação da ANP, Maria Auxiliadora Nobre e Danielle Ornelas, que apresentaram informações sobre as novas resoluções da ANP, fases do processo de certificação e detalhes do preenchimento de formulários para a adesão ao programa, entre eles a RenovaCalc.

O RenovaBio
O RenovaBio, concebido pelo Ministério de Minas e Energia está em fase de implementação e busca reconhecer o papel estratégico dos biocombustíveis na matriz energética brasileira. Tem como objetivo estimular uma produção eficiente e sustentável dentro de um processo de substituição dos combustíveis fosseis, com foco na redução da emissão de gases que causam o efeito estufa. A previsão é que o programa passe a valer a partir de janeiro de 2020.