Uso da cana como matéria-prima na indústria pode ser ampliado
08-04-2015

A química renovável tem potencial para se transformar em um grande negócio no longo prazo.

As vantagens competitivas do Brasil são enormes, principalmente no que diz respeito ao acesso às matérias-primas.

Estima-se que, em 2020, a produção de químicos a partir de fontes renováveis represente 10% do volume fabricado no país.

Para que isso ocorra, aponta o estudo do potencial de diversificação da indústria química brasileira, serão necessários investimentos na ordem de US$ 20 bilhões.

"Para que o país consiga alcançar seu potencial pleno, são necessários investimentos em desenvolvimento de tecnologias, principalmente aquelas voltadas para o tratamento da biomassa e sua conversão em produtos químicos", destaca a análise, realizada pela Bain & Company e Gas Energy.

A produção local de carboidratos é um dos grandes destaques do Brasil, responsável por 30% da produção mundial de cana-de-açúcar e milho e por 40% da produção de bagaço e palha de cana.

Alexandre Elias, diretor de químicos renováveis na Braskem, lembra que, por aqui, são moídas 653 milhões de toneladas de cana e produzidos mais de 25 bilhões de litros de etanol por safra. "O potencial da cana-de-açúcar como matéria-prima para a indústria química pode ser ampliado com o desenvolvimento de tecnologias de segunda geração, que utilizam o bagaço e a palha para a produção açúcar", diz.

Segundo o executivo, a competitividade atual dos insumos está limitada a poucos produtos e, na maioria dos casos, exige um valor adicional no preço para se tornar viável.

Para Elias, o Brasil comemora conquistas importantes na química renovável.

A produção industrial de polietileno verde é, na visão dele, um dos exemplos mais bem-sucedidos da indústria química brasileira.