Uso de etanol em carros híbridos é demanda do setor sucroenergético
11-02-2015

Pleito do setor é oferecer ao consumidor a opção de carro híbrido com motor flex

A chegada dos carros híbridos é uma ameaça para os veículos movidos a etanol hidratado? Afinal, trata-se de um veículo “verde” que tende a ter custos de fabricação reduzidos com o tempo, devendo chegar num valor final menor para o consumidor brasileiro.
Mas o Brasil já tem um produto ambientalmente correto e economicamente viável movendo parte significativa da frota brasileira: o etanol hidratado. E o fato de ser ofertado em todos os postos de combustíveis do país é uma conquista nacional, pois oferece ao consumidor uma alternativa limpa e renovável para abastecer o seu carro. Além dos benefícios para a saúde, o meio ambiente e o motorista, também é um produto importante para o caixa da agroindústria canavieira.
Por isso, segundo André Rocha, presidente do Sifaeg (Sindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar e Etanol do Estado de Goiás) e do Fórum Nacional Sucroenergético, um pleito do setor junto ao governo e as montadoras é estabelecer no Brasil a opção para o motorista adquirir carros híbridos com motor flex. Iniciativa que abriria um novo mercado para o etanol hidratado no país.
O uso do etanol em carros híbridos, que combinam a eficiência de propulsão dos motores elétricos com a elevada autonomia dos motores de combustão, é um aprimoramento que leva a significativos ganhos ambientais, especialmente a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. Para comprovar esta tese, o consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Alfred Szwarc, cita como exemplo o projeto desenvolvido pela empresa de engenharia automotiva Kor Ecologic, no Canadá, que em setembro de 2011 lançou o Urbee, um protótipo exclusivamente movido a energia renovável capaz de rodar até 85 quilômetros com um litro de etanol.
“O Urbee simboliza o conceito ideal de carros híbridos porque une duas formas de energia limpa e renovável de forma eficiente" avalia Szwarc. O especialista da Unica acredita que a iniciativa canadense poderia ser inspiradora para soluções tecnológicas semelhantes no Brasil, mas com o diferencial de se usar a tecnologia flex no motor à combustão.
“Por se tratar de um País que se destacou na fabricação de carros multicombustíveis e que consolidou o uso do etanol nas bombas, acredito que o mercado brasileiro tem um grande potencial para a comercialização e até produção de veículos híbridos com motores flex,” acrescenta o consultor da Unica, ponderando a necessidade de se fazerem pesquisas e investimentos que viabilizem o produto.
CARRO HÍBRIDO - Atualmente, o mercado brasileiro possui apenas 5 modelos de carros "verdes" à venda. O incentivo divulgado recentemente pelo governo federal, de redução do imposto de importação de 35% para entre 0% e 7%, de acordo com o consumo energético dos veículos, abrange somente os híbridos com motor a combustão de cilindrada não superior a 3 litros e sem a possibilidade de recarga na tomada (plug-in).

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