Uso de maturador deve ser maior na safra 2016/17

04-02-2016

Antecipação da safra, cana bisada e maior quantidade de chuvas fazem com que o setor busque ajuda para aumentar a ATR

Luciana Paiva e Leonardo Ruiz

Estimativa da Datagro Consultoria aponta que aquantidade de cana que deixou de ser colhida na safra 2015/16, na região Centro-Sul, está entre 35 milhões a 37 milhões de toneladas. A consultoria também estima que a nova safra na região Centro-Sul será entre610 milhões a 630 milhões de toneladas de cana. Os números apontam que a safra será longa para ter condições de moer toda essa produção, segundo a Datagro, a colheita deve começar oficialmente em abril, mas já há muitas unidades planejando iniciar em março. Para antecipar e otimizar o planejamento da colheita, devem optar pela aplicação de maturadores químicos no canavial para induzir o amadurecimento de plantas, causando, assim, a translocação e o armazenamento dos açúcaresna planta.

É o que vai ocorrer com a Agrícola Rio Claro, em Lençóis Paulista, SP, que deixou em pé 85 mil toneladas de cana na safra passada, em decorrência das chuvas. A Rio Claro fornece cana para a Zilor que, também por causa das chuvas, soou 50 dias sem moer em 2015, resultando em 800 mil toneladas de cana-bis. O que levará a antecipação de safra para março.

Adilson José Rosseto, sócio da Agrícola Rio Claro, explica para melhorar a qualidade da cana que será cortada no início de safra, utilizam maturador. Normalmente em 20% do canavial, mas este ano, em decorrência da cana bisada, cerca de 30% dos 7.200 hectares com cana da Rio Claro receberá maturador. A aplicação é aérea e é voltada para melhorar a ATR nos períodos de abril e maio, pois esperasse que a partir de junho, a cana tenha sua maturação natural.

Rosseto afirma que o investimento com maturador compensa, pois, na Rio Claro, conseguem um aumento entre 5 a 10 quilos de açúcar por tonelada. Mas é preciso um bom planejamento em relação às variedades que receberão o produto e acertar o “time”da aplicação. Entre os maturadores, Rosseto destaca o Etrhel da Bayer, pois apresenta diferenciais como margem de segurança maior, porque não bloqueia o crescimento da cana, além de reduzir o florescimento, que leva à isoporização.

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