Vagas de emprego se derretem no Brasil
14-10-2015

Entre 2004 e 2013, a economia brasileira criou por ano, uma média de quase dois milhões de vagas de emprego. A renda do trabalhador só fez crescer. O salto foi de 33% entre 2003 a 2014. Nesse período, a proporção de trabalhadores com carteira assinada saiu de cerca de 46% para 55%.

De uma hora para outra, tudo mudou. A situação de pleno emprego deu lugar ao derretimento mais radical do mercado de trabalho que já se viu no Brasil. De janeiro a agosto, 600 mil brasileiros foram dispensados. Até o final de 2016, prevê-se que 1,4 milhão de trabalhadores sigam o mesmo triste caminho. Levando em conta que, todos os anos, o país coloca 800 mil jovens no mercado de trabalho, o número total de desempregados pode chegar a 3,6 milhões até dezembro de 2016.
Se no Brasil, essa mudança de cenário aconteceu de uma hora para outra, a agonia do setor sucroenergético é bem mais longa, as vagas de emprego estão se derretendo ao longo dos últimos oito anos. Um grande exemplo é a cidade de Sertãozinho, SP, que ostenta o título de “maior polo sucroenergético do mundo”, e, por isso, a dependência da economia local em relação à cadeia produtiva da cana é brutal. De acordo com dados da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio relativos ao início do ano, das cerca de 44 mil carteiras assinadas existentes na cidade, 20 mil estão ligadas ao setor sucroenergético, responsável por 70% do PIB (Produto Interno Bruto) local.
A recessão que atingi o setor da cana arrastou consigo a forte indústria metalúrgica instalada na cidade, especializada na fabricação e manutenção de equipamentos para essa mesma indústria. Sertãozinho que já foi referência nacional na geração de empregos, passou a ser o município que mais desemprega no país. De acordo com levantamento da Fundace (Fundação para a Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Economia e Contabilidade), relativo ao mercado de trabalho, entre maio deste ano e o do ano passado, o município perdeu 3.516 postos de trabalho, dos quais 2.390 só na indústria. Com cerca de 120 mil habitantes, os números do desemprego em Sertãozinho ultrapassam os de Ribeirão Preto (3.292), cuja população é cinco vezes maior.

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