Vicchiato: queda de 7,4% na moagem de cana 2018/19 se deve à forte estiagem
28-06-2018

A São Martinho espera processar 20,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2018/19, queda de 7,4% em relação à temporada anterior. Segundo o CFO da empresa, Felipe Vicchiato, a retração se deve à forte estiagem em algumas das principais regiões produtoras. “Não tivemos chuva desde de abril”, disse o executivo em teleconferência com investidores.
Em fato relevante à Companhia de Valores Mobiliários (CVM), no qual informa ao mercado o guidance, a São Martinho ressaltou que o resultado esperado para a moagem seria parcialmente compensado pelo volume de Açúcar Total Recuperável (ATR) médio, 2% superior ao realizado na safra 2017/18, em 142,6 quilos por tonelada. “Estamos perdendo na moagem, mas ganhando no ATR”, afirmou Vicchiato aos investidores.
Diferente do direcionamento da safra anterior, o mix de produção previsto para 18/19 deverá ser 65% voltado à fabricação de biocombustível. “Percebemos um volume grande de migração para produção de etanol no Brasil”, disse o CFO ao citar tendência apresentada pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) para o setor como um todo.
Sobre a comercialização dos subprodutos da cana, Vicchiato lembra que houve uma virada de temporada com estoques confortáveis tanto de etanol quanto de açúcar. As reservas do biocombustível foram comercializadas em meados de abril, com preços estabelecidos em março, e os estoques do adoçante também já estavam precificados quando a companhia entrou em 2018/19. “A estratégia agora é vender 65% do etanol no segundo semestre para ter um prêmio acima do indicador Cepea/Esalq”, estima.