Volta das chuvas e operações de preparo do solo estimulam quebra de dormência de banco de sementes das daninhas
27-10-2017

O ato de revolver o solo durante a fase de preparo quebra a dormência das sementes

Muitos fatores podem interferir no processo germinativo de uma semente dormente, como disponibilidade de água, oxigênio, temperatura e, em alguns casos, luz. Dentre eles, a disponibilidade de água é um dos mais importantes, pois, a partir do momento em que a semente absorve a água, ocorre a reidratação dos tecidos, intensificação da respiração e de todas as outras atividades metabólicas e, consequentemente, a retomada do crescimento.

O pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Carlos Alberto Mathias Azania, explica que, por esse motivo, a eclosão de plantas daninhas se torna mais comum com a volta das chuvas, a partir de setembro no Centro-Sul.

Junto do período chuvoso, o setor começa a retomar suas atividades de renovação dos canaviais, fato este que também estimula a emergência de plantas invasoras. “O ato de revolver o solo durante a fase de preparo acaba quebrando a dormência das sementes, iniciando uma severa competição com a cana por água, luz e nutrientes.”

Foto preparo de solo - Revolver o solo durante a fase de preparo auxilia na quebra da dormência de sementes
Foto: Banco de dados internet

Embora grande parte dos esforços das equipes seja mais intenso em plantas daninhas já estabelecidas, é de extrema importância que atitudes visando minimizar os bancos de sementes no solo também sejam adotadas. Uma das mais eficazes é a aplicações de herbicidas em Pré-Plantio Incorporado (PPI) durante a reforma do canavial, pois o produto entrará em contato com água presente no solo no exato momento em que a semente começa a germinar.

“Dessa forma, as soqueiras posteriores conviverão com menor densidade de plantas daninhas, sendo que uma única aplicação de herbicidas poderá manter a área sem a presença das infestantes, o que garantirá, por consequência, grandes ganhos em longevidade.” Porém, o pesquisador do IAC alerta para o herbicida que será utilizado, que deverá ter como característica físico-química uma menor solubilidade. “Produtos menos solúveis terão sua dinâmica favorecida no solo e na planta daninha durante o período chuvoso, agindo de forma mais eficaz.”

Outras técnicas que reduzem o banco de sementes de plantas daninhas, incluem: pastagem ou produção de forrageiras; utilização de adubos verdes; queima de resíduos da cultura ou de plantas daninhas após a colheita; não utilização de material orgânico provenientes de locais infestados de plantas daninhas; limpeza de equipamentos de preparo e colheita através de bombas de água ou ar comprimido para remover sementes; limpeza de carreadores, beiras de estradas e terraços e rotação com plantas supressoras.

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